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Elon Musk compra Twitter por 44 bilhões de dólares

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O bilionário sul-africano, Elon Musk, fez a compra completa da rede social Twitter após semanas de negociações. O anúncio foi feito hoje (25) e estima-se que o valor total da compra seja de US$ 44 bilhões, o que é cerca de R$ 214 bilhões na cotação atual. Com essa operação, a companhia deixará de ter ações na bolsa de valores e se tornará de capital fechado.

Em comunicado, a empresa destaca que espera que o processo da compra seja finalizado ainda este ano. Vale ressaltar que o negócio ainda está sujeito a aprovações regulatórias.

“Liberdade de expressão é a base do funcionamento da democracia, e o Twitter é a praça de discussão digital, onde são debatidos os assuntos vitais para o futuro da humanidade”, disse Elon Musk em comunicado. “Também quero tornar o Twitter melhor ao aprimorar o produto e acrescentando novos recursos”.

Além disso, o CEO da Tesla cita que quer tornar público como os algoritmos da rede social funcionam. Isso para que as pessoas possam confiar mais na plataforma, de acordo com ele. É intenção de Musk também combater bots, que são robôs ou usuários com comportamento automatizado, que semeiam spam no Twitter.

Twitter não queria ser comprado

Foto: Photothek via Getty Images

Inicialmente, o conselho de administração do Twitter – um grupo de diretores com poder de decisão na plataforma – se posicionou contra a compra. Assim sendo, anunciaram no dia 15 de abril as medidas que tomariam para resistir à oferta de Elon Musk.

No jargão financeiro, as estratégias do Twitter são conhecidas como “pílula do veneno”. Com isso, a medida faz com que seja mais difícil para um acionista acumular uma parcela significativa na empresa sem que haja a aprovação do conselho, o que ativa a opção que permite que outros investidores comprem mais ações e com desconto.

Como resultado dessa estratégia, Musk teria que pagar mais para assumir o controle da rede. O plano “reduzirá a probabilidade de qualquer entidade, pessoa ou grupo obter o controle do Twitter por meio da acumulação de mercado aberto sem pagar a todos os acionistas um prêmio de controle adequado ou dar ao conselho de administração tempo suficiente para tomar decisões informadas”, explicou a empresa sediada em San Francisco.

De acordo com Dan Ives, analista da Wedbush, “é uma tática defensiva que era previsível”. No entanto, a decisão dos acionistas teve mais peso. Na noite de domingo (24), os acionistas se reuniram e decidiram que a empresa deveria abrir negociações com Elon Musk, que possuía cerca de 9% do Twitter.

Nos últimos dias, o sul-africano detalhou sua proposta e ainda informou que esta seria a “última e melhor” para adquirir o Twitter.

Elon Musk vs Twitter

A novela do bilionário com a rede social não é recente. No dia 4 de abril, Musk, também dono da SpaceX, anunciou que passou a ser proprietário de 9,2% das ações da rede social. Com isso, ele se tornou o maior acionista individual da plataforma.

Incrivelmente, esse anúncio veio poucas semanas após a discussão que ele levantou na própria plataforma sobre a vontade de criar uma nova rede social que priorizasse a liberdade de expressão.

Na época da compra das ações, Musk disse que iria integrar no conselho de administração do Twitter. Contudo, o presidente-executivo, Parag Agrawal, anunciou que o empresário havia se recusado a fazer parte do grupo que toma as decisões.

Em uma carta registrada na Comissão de Valores Imobiliários dos Estados Unidos (SEC), o bilionário defendeu que a empresa deveria se tornar de capital privado para que fosse possível realizar as mudanças que ele julga necessárias. “Desde que investi no Twitter, percebi que a companhia não prosperará nem servirá a este imperativo social da forma como está”, afirmou o empresário.

Porém, a empresa não o levou a sério, o que fez Elon Musk considerar driblar o conselho e tratar diretamente com os acionistas. Dessa forma, apesar da disposição e dos rumores, Musk ainda não divulgou seu plano de ação após adquirir a rede social. A única coisa que ele disse foi que planeja ter moderação de conteúdo mais branda e descentralizada, abertura de código-fonte e remoção de bots de spam.

Opinião do público

Por mais que Elon Musk fale que ele tem planos de proporcionar transparência, especialistas discordam e veem a operação com desconfiança. “Acredito que isso levaria a uma menor transparência”, diz Nicolo Zingales, professor de Direito e Regulação da Informação, e coordenador do Núcleo de e-Commerce da FGV Direito Rio.

“Com capital aberto, a empresa tem de fazer relatórios para investidores, que são públicos, e eles também têm o direito de solicitar informações e documentos. Uma empresa fechada não permite esta pressão para maior fiscalização das regras e procedimentos internos”, explica.

Sobre a descentralização e moderação de conteúdos, “ele quer algo equivalente ao que acontece no Mastodon, outra rede social de código aberto e descentralizada, que surgiu como uma alternativa mais amigável ao Twitter, mas que passou a enfrentar questões preocupantes, inclusive a distribuição de pornografia infantil e de discursos neonazistas”, lembra Zingales.

“Então, essa liberdade de expressão pode causar o efeito reverso, gerando fontes de preocupação para a sociedade, causando mais polarização na rede”, finaliza. Por outro lado, internautas fazem memes com a situação, também reforçando a desconfiança por meio do humor.

Fonte: Tilt UOL

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