Curiosidades

Embrião sintético de camundongo desenvolve coração com batimento

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Poucas coisas no mundo são mais incríveis do que a gestação. Não importa se é uma mamãe humana ou qualquer outro tipo de animal. O reino animal é mais curioso do que o humano. Isso por causa da diversidade das espécies. No entanto, mesmo que algumas características sejam diferentes entre as espécies de animais e os humanos, uma coisa em comum é que o embrião se desenvolve no útero até o momento do seu nascimento.

No entanto, cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, criaram embriões sintéticos de camundongos em laboratório, sem usar óvulos ou espermatozoides, que mostram evidências de um cérebro e um coração batendo.

Esses embriões foram desenvolvidos a partir de células-tronco. Eles duraram somente oito dias. Mesmo assim, de acordo com os pesquisadores, isso pode melhorar a compreensão dos estágios iniciais de desenvolvimento dos órgãos e por que algumas gestações não dão certo.

Contudo, outros cientistas fazem o alerta de que, mesmo que a técnica seja promissora, ainda existem vários obstáculos a serem superados.

Embrião

BBC

Nos últimos dez anos, a equipe de Cambridge vem estudando os estágios iniciais da gestação, mas grande parte desse conhecimento está oculto no útero. Por isso que reproduzindo os processos naturais em laboratório, os pesquisadores encontraram uma forma de fazer com que três tipos de células-tronco de camundongos interagissem e se transformassem em estruturas parecidas a embriões.

Cada embrião sintético de camundongo durou somente oito dias por conta de anomalias. No entanto, eles chegaram ao ponto onde o cérebro começou a se desenvolver.

Segundo Magdalena Zernicka-Goetz, professora de desenvolvimento mamífero e biologia de células-tronco na Universidade de Cambridge e professora de biologia na Caltech, isso era “um sonho que virou realidade” e poderia dar um novo olhar a respeito de como os órgãos são formados.

“Esse período da vida humana é tão misterioso, então poder ver como isso acontece em uma placa, ter acesso a estas células-tronco individuais, entender por que tantas gestações não vão adiante e como podemos impedir que isso aconteça, é muito especial”, disse ela.

Outro ponto que essa geração de embrião pode mudar é uma menor dependência de animais para pesquisa e uma forma útil de testar novos medicamentos.

Ressalvas

Exame

Mas é claro que todo avanço tem suas ressalvas. Nessa criação de embrião, o professor da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, Alfonso Martinez Arias, adverte: “Este é um avanço, mas em um estágio muito inicial de desenvolvimento, um evento raro que, embora pareça superficialmente um embrião, apresenta defeitos que não devem ser ignorados”.

Agora, os pesquisadores estão planejando trabalhar para manter os embriões sintéticos em desenvolvimento por um ou dois dias a mais, chegando até 10 dias de vida. Entretanto, isso é uma coisa difícil de se fazer sem criar uma placenta sintética.

O plano para o futuro é que eles consigam desenvolver embriões semelhantes a partir de células-tronco humanas. Mas claro que isso ainda está muito distante. Além de ser eticamente bem mais complicado.

Estudo

Tofp

Hoje em dia, existem algumas leis. Por exemplo, no Reino Unido, ela permite que embriões humanos sejam estudados em laboratório apenas até o 14º dia de desenvolvimento, mas não existem regras a respeito de embriões sintéticos. Contudo, segundo Robin Lovell-Badge, do Francis Crick Institute, instituto de pesquisa biomédica sediado em Londres, isso deve mudar.

“Dada a semelhança com embriões reais, conclui-se que também é necessário considerar se e como esses modelos de embriões baseados em células-tronco integradas devem ser regulados”, afirmou.

Ainda de acordo com Lovell-Badge, é importante não pensar nesses modelos parecidos com embriões “como sendo a coisa real, mesmo que estejam chegando perto”.

“Se fossem derivados de células-tronco humanas, e se aceita que nunca devem ser transplantados para um útero, nunca saberemos se são equivalentes”, concluiu ele.

Fonte: BBC

Imagens: BBC, Exame, Tofp

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