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Por que alguns pacientes graves melhoram antes de morrer?

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A maioria das pessoas morre de medo da morte e acha que até mencioná-la pode atraí-la. Contudo, a máxima de que a única certeza da vida é a morte está mais do que certa. Uma hora ou outra ela vem para todos. No entanto, antes de morrer muitos pacientes tem a chamada “melhora da morte”.

Isso é tão conhecido que existem termos em diferentes idiomas. Seja, melhora da morte, o último adeus, a iluminação antes da morte, a melhora do fim da vida, a visita da saúde, a melhora da despedida, o último uhul!, episódios de lucidez, a lucidez paradoxal, a lucidez terminal ou o último raio de Sol. Contudo, esse fenômeno é até hoje inexplicável para a ciência.

Entretanto, é impossível não se perguntar o motivo de alguns pacientes de doenças crônicas ou de doenças recentes, como o coronavírus, terem essa melhora súbita antes de morrerem.

Melhora da morte

UOL

Nesse ínterim, essa é uma dúvida que existe, pelo menos, desde a época de Hipócrates, que é considerado o pai da medicina. Tanto ele, como outros nomes da Grécia Antiga, acreditavam que a alma ficava basicamente intacta enquanto o cérebro era afetado por um mau funcionamento físico ou por distúrbios da mente.

“Eles acreditavam que, durante e após a morte, a alma foi libertada das limitações materiais, recuperando todo o seu potencial. A mente humana seria mais do que um mero produto da fisiologia do cérebro, talvez envolvendo até mesmo um tipo de ‘sujeito transcendental’ ou ‘vida interior oculta'”, explicou o biólogo alemão Michael Nahm.

Claro que existem as mais variadas hipóteses para tentar explicar essa melhora antes de morrer. Contudo, nenhuma delas foi comprovada até o momento. Dentre elas, as oscilações normais em pacientes graves, uma reação química do corpo que funcionaria como um instinto de sobrevivência, o acaso, a persistência da consciência durante a morte e o viés de confirmação.

Ademais, para que essas hipóteses sejam testadas existem muitos obstáculos, inclusive éticos. E qual o motivo importante de se entender por que isso acontece? De acordo com Nahm, compreender esse fenômeno pode abrir portas para que as pessoas entendam os mecanismos em volta da memória para além do sistema nervoso.

“Se as memórias não forem armazenadas apenas no cérebro, isso certamente aumentaria nossa compreensão do processamento da memória e da mente humana, porque isso não poderia ser reduzido a um mero subproduto de neurônios ativados”, observou ele.

Hipóteses

Correio braziliense

Em 2018, Nahm e um grupo de pesquisadores analisaram as evidências científicas sobre esse fenômeno. Como resultado, eles chegaram à conclusão de que é bem improvável que ele seja explicado por uma regeneração dos neurônios afetados ao longo do tempo.

“Por outro lado, essas oscilações de consciência podem refletir ajustes complexos em cascatas de sinalização, um evento desencadeia o outro, modificações sinápticas, interações na rede neuronal e, talvez, compensação ou reversão temporária da inibição funcional crônica devido a proteínas neurotóxicas”, pontuou Nahm.

Morrer

Olhar digital

Frederico Fernandes, médico do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo, pondera que o corpo pode emitir uma descarga de hormônios de estresse quando percebe que está próximo de morrer. Essa situação é conhecida como luta ou fuga, e nada mais é do que uma resposta fisiológica que funciona como uma espécie de instinto de preservação.

Portanto, nesse momento existe uma liberação de adrenalina e de outras substâncias, o que leva a mudanças no corpo, como por exemplo, o aumento da frequência cardíaca e pressão arterial. Como resultado, isso melhora o funcionamento dos outros órgãos que possam estar comprometidos.

“Isso pode ser na hora em que o corpo sente que está próximo de morrer. Ele então teria essa liberação, mas ela é transitória. E quando esses compostos se esgotam, o paciente piora e vem a falecer”, concluiu Fernandes.

Fonte: BBC

Imagens: UOL, Olhar digital, Correio braziliense

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