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Emissora estatal no Irã é hackeada e exibe imagem do líder supremo em chamas

Protesto no Irã
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Um grupo de apoio aos protestos que ocorrem no Irã, desencadeados pela morte de Mahsa Amini, conseguiu hackear um canal de televisão estatal. Na ocasião, exibiram uma imagem do líder supremo Ali Khamenei cercado por chamas no horário do noticiário.

O Irã vem passando por um momento de tensão notável desde a morte, no dia 16 de setembro, de uma jovem curda iraniana de 22 anos. Ela passou três dias presa pela polícia moral em Teerã por supostamente violar o rigoroso código de vestimenta da República Islâmica.

Assim, a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, registrou ao menos 95 mortes na repressão aos protestos desde 16 de setembro. De acordo com o último relatório do Irã, divulgado no final de setembro, cerca de 60 pessoas morreram, incluindo 10 policiais.

“O sangue de nossos jovens pinga de seus dedos”, dizia a mensagem que apareceu na tela durante a transmissão de sábado à noite (9) do jornal da televisão estatal. Além disso, incluíram uma foto manipulada de Ali Khameni cercado por chamas e com sua cabeça em um visor.

“É hora de arrumar seus móveis (…) e encontrar outro lugar para instalar sua família fora do Irã”, dizia outra mensagem acompanhando a foto. O ataque cibernético durou apenas alguns segundos e foi reivindicado por um grupo autodenominado Edalat-e Ali (Justiça de Ali).

Protesto no Irã

Twitter/@EdalateAli1400/AFP

Desse modo, esse grupo apoia o movimento de protesto, que é o maior desde as manifestações contra o aumento dos preços da gasolina em 2019. No final do vídeo, o apresentador do jornal aparenta estar tenso, com os olhos fixos na câmera.

No Irã, a agência de notícia Tasnum confirmou que a televisão estatal “foi hackeada por alguns momentos por agentes antirrevolucionários”.

Protestos no fim de semana

Na noite de sábado, mais protestos ocorreram em vários pontos do Irã, incluindo Teerã, com mobilizações de solidariedade no exterior. De acordo com o analista iraniano Omid Memarian, um vídeo mostrava manifestantes em Teerã gritando “morte ao ditador”.

Além disso, estudantes gritam “Mulher, vida, liberdade” em Saqez, cidade natal de Mahsa Amini, na província do Curdistão, e marcham agitando lenços sobre as cabeças. Imagens que circulam na internet, verificadas pela AFP, mostram uma grande faixa colocada em um viaduto no centro de Teerã. “Não temos mais medo. Vamos lutar”, dizia.

Assim, na noite de sábado, dois membros das forças de segurança foram mortos durante os protestos. Um em Teerã “por uma multidão armada” e outro em Sanandaj, capital do Curdistão, segundo a agência oficial Irna.

A agência também confirmou mortes em várias cidades, onde manifestantes teriam jogado coquetéis molotov em mesquitas, assim como centros em Bassidji, milícias paramilitares e escritórios de imãs. “Em Teerã, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão”, disse, acrescentando que os manifestantes “incendiaram e danificaram propriedades públicas, incluindo uma delegacia de polícia e latas de lixo”.

Mahsa Amini

Na sexta-feira, autoridades iranianas alegaram que a jovem Mahsa Amini morreu por questões de saúde e não por “espancamento”. No entanto, o pai de Mahsa, Amjad Amini, afirmou que sua filha estava bem de saúde antes de sua prisão.

Ele rejeitou o relatório médico em entrevista ao Iran International, um canal de televisão em língua persa com sede em Londres. “Vi com meus próprios olhos que o sangue escorria das orelhas e do pescoço de Mahsa”, disse ele.

Ativistas e ONGs denunciam que a jovem sofreu ferimentos na cabeça enquanto era detida. O Irã acusa países estrangeiros de alimentar os protestos, incluindo os Estados Unidos. A ONG Baluch Activists Campaign informou que foram 90 mortos na repressão às manifestações da semana passada em Zahedan, na província de Sistãon-Baluquistão (sudeste). No entanto, a entidade afirma que não estão relacionadas à morte de Mahsa Amini.

Segundo a ONG, os protestos foram causados após acusações de estupro de uma adolescente por um policial.

Fonte: G1

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