Essa brasileira de 19 anos criou uma impressora em Braille para texto e voz

Avatar for Erik ElyErik ElyCuriosidadesmarço 17, 2020

Com apenas 19 anos, Bruna da Silva Cruz criou uma impressora em braille, capaz de reproduzir textos em Braille. Dessa forma, Bruna desenvolveu a máquina Fast Braille, que solicita que o usuário digite ou envie um texto, pelo computador ou pelo celular. Ainda é possível que o usuário dite as palavras, para que o conteúdo seja impresso automaticamente em papel em relevo.

Com o protótipo desenvolvido, Bruna foi premiada como vice-campeã do Prêmio Jovem Cientista 2019. E, de acordo do ela, a intenção é deixar o produto acessível ao público, já que sua produção é de baixo custo.

Imprimindo palavras para pessoas com deficiência

Bruna explica que “ao teclar ‘enter’, os dados são enviados à máquina, onde o conteúdo é compilado. Em seguida, transformado em Braille e impresso”. No caso do celular, o princípio é parecido. “Por meio de um aplicativo, o usuário seleciona o arquivo que ele quer imprimir e clica em enviar. Para reconhecimento de voz, a pessoa precisa pressionar um botão e ditar o comando, que é, então, transcrito e enviado para a impressora”.

Segundo a criadora, o protótipo também permite que esse tipo de equipamento, seja mais acessível ao público. Tudo por conta de seu baixo custo. Para o protótipo, as despesas de produção foram em cerca de R$ 1 mil. Contudo, em larga escala, o valor final do produto não deve passar dos R$ 3 mil. De acordo com Eliana Cunha, coordenadora da área de educação inclusiva, da Fundação Dorina Nowill para Cegos. Para se ter uma ideia, isso é equivalente a um terço do valor, normalmente encontrado no mercado, para uma impressora em Braille.

Além do valor, abaixo do que é encontrado no mercado, a impressora, criada pela jovem, também promete ser mais leve, com apenas 3 kg. Por conta da inovação no produto, a invenção rendeu à jovem de Novo Hamburgo (RS), o segundo lugar no Prêmio Jovem Cientista 2019, que reconhece as pesquisas científicas, desenvolvidas por alunos de escolas de ensino médio e da educação profissional de nível técnico do estado. Bruna também explicou que inscreveu seu projeto em outras iniciativas. Assim, dentro ou fora do país, a intenção é torná-lo realidade. Contudo, a empresa em que a jovem trabalha, já demonstrou interesse em sua ideia.

Mais uma forma de inclusão para pessoas cegas

Para Eliana, a iniciativa da estudante pode ajudar significativamente na inclusão de pessoas cegas. “O Braille é fundamental para a leitura em papel. Ter liberdade para escrever e imprimir, garantiria mais acessibilidade“, afirmou Eliana. Para termos uma ideia, apenas o Brasil possui mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além disso, desse número, 582 mil são completamente cegas.

Quando paramos para pensar na oferta de obras literárias em Braille, o número ainda é insuficiente e apenas contempla uma parcela mínima dessa população. De acordo com a União Mundial de Cegos, cerca de 5% das obras literárias no mundo são transcritas para Braille. Mas isso, inclui apenas os países mais ricos. Quando falamos dos países mais pobres, esse número cai para apenas 1%.

Seguir
Sidebar Buscar
Carregando

Signing-in 3 seconds...

Signing-up 3 seconds...