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Essas formigas conseguem ”curar” árvores feridas

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As relações da natureza podem causar uma surpresa para nós humanos quando as descobrimos, ainda mais se for acidentalmente. Como exemplo disso, temos uma descoberta em uma árvore Cecropia no Panamá. Ela mostrou que as formigas alfari Azteca, que vivem dentro dessa árvore, estão preparadas para consertar os estragos feitos em sua casa.

A descoberta dessa relação aconteceu quando Alex Wcislo, um estudante do ensino médio, jogou uma bola de argila de nove milímetros na árvore. Como resultado, a árvore ficou com algumas “feridas”. O que o estudante não esperava era que essas feridas estivessem quase totalmente fechadas antes de 24 horas.

Como resultado, ele e mais cinco amigos foram estudar mais sobre o que tinha acontecido. Então, eles fizeram buracos em outras árvores para ver como eles seriam consertados.

Formigas

Science Alert

Com isso, eles viram que os reparos feitos pelas formigas aconteceram todas as vezes. Depois disso, os experimentos foram escritos e publicados como parte do programa de voluntários do Smithsonian Tropical Research Institute, (STRI) no Panamá.

“Fiquei totalmente surpreso com os resultados. E fiquei impressionado com a forma como os alunos desenvolveram uma maneira simples de testar a ideia de que as formigas reparam os estragos em suas casas”, disse o etologista William Wcislo, do STRI.

Essa relação simbiótica ou mutuamente benéfica entre as formigas astecas e as árvores que elas chamam de casa está bem estabelecida. As formigas irão fazer tudo para defender sua casa de herbívoros. Em troca, elas recebem as secreções oleosas nutritivas das folhas para comerem e os caules ocos da árvore para se abrigarem.

Contudo, o que é novidade nessa observação é que os insetos também consertaram os danos das árvores se esse abrigo estiver ameaçado. Se baseando nessa nova pesquisa, isso parece acontecer com uma frequência maior quando a cria de uma colônia está em risco.

Estudo

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Esses consertos são feitos com material encontrado no próprio caule da árvore. No entanto, isso não acontece em todos os casos. Na verdade, os reparos foram feitos em somente 14 dos 22 furos feitos. Além disso, saber qual é o motivo para isso poderia ser o principal ponto de estudos futuros.

“O raciocínio por trás do comportamento de reparo de buracos pode ser porque um buraco na parede expõe os estágios imaturos vulneráveis ​​das formigas a patógenos externos, predadores ou mudanças em outros parâmetros ambientais”, escreveram os pesquisadores.

“Depois de se enterrar nas árvores Cecropia, as formigas Azteca fecham alguns dos pontos de entrada. Isso acrescenta credibilidade à ideia de que os reparos do tronco têm mais a ver com seu próprio bem-estar do que com qualquer benefício que a própria árvore obtenha”, continuaram.

Relação

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Essa ideia é apoiada pelas observações feitas durante os experimentos. Elas mostraram que as formigas irão evacuar sua ninhada antes de começar o trabalho de reparo. Ademais, é possível que quando os reparos não são feitos, é porque as formigas mais vulneráveis da colônia não estão sob ameaça.

Entretanto, os pesquisadores não podem descartar a hipótese de que a árvore esteja recebendo algum benefício com esse comportamento das formigas. Por mais que bolas de argila não sejam um perigo para essas árvores, os buracos feitos pelas unhas dos pés de preguiças e tamanduás são. Pode ser por conta disso que as formigas evoluíram para se comportarem dessa forma.

“Às vezes, brincar com um estilingue tem um bom resultado. Este projeto nos permitiu vivenciar em primeira mão todos os meandros por trás de um estudo científico. Em suma, foi um grande aprendizado, especialmente considerando as dificuldades associadas ao seu cumprimento devido ao COVID-19″, concluiu Wcislo.

Fonte: Science Alert

Imagens: Science Alert

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