Curiosidades

Esse truque é capaz de fazer você sentir um ‘campo de força’ em volta do seu corpo

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A ilusão acontece pela distorção da realidade feita pelo cérebro em alguns momentos. Desde o século 19 os cientistas e artistas têm se aprofundado no assunto. Aprendendo sobre a relação entre a realidade e a percepção que torna a ilusão possível. Não é difícil encontrar ilusões de ótica na internet que te fazem questionar sua noção de realidade. As imagens se provam completamente diferentes do que você imagina em um primeiro instante.

Mesmo com as ilusões mais comuns relacionadas a ótica, o assunto em questão vai além disso e estabelece a percepção de um campo de força ao redor da pessoa. O nosso cérebro tem uma consciência que vai além do próprio corpo. Ela se aplica até o espaço imediato ao qual está  você está rodeado. Essa percepção é chamada de espaço peripessoal e já é conhecida pelos neurocientistas há décadas. O espaço peripessoal permite que captemos objetos próximos e os alcancemos, além de servir para a proteção. Na prática, essa noção de espaço está ligada a sua visão periférica e permite que você tenha reflexos. Essas reações instantâneas acontecem, por exemplo, quando algo voa em sua direção.

Pesquisa em macacos

No final da década de 1990 uma evidência neurocientífica apareceu nos estudos com animais. Michael Graziano e seus colegas da Universidade de Princeton, em Nova Jersey, registraram atividades elétricas nos neurônios dos lóbulos parietais e frontais. O resultado veio de um teste feito em macacos e permitiu a descoberta de disparos neurológicos quando objetos estavam próximos de atingi-los e não somente quando estes já chegaram a encostá-los. Esse estímulo permite que movimentos de defesa sejam ativados como fazer careta, fechar os olhos, virar o rosto e até colocar os braços em posição de defesa.

Apesar dos testes não terem sido feitos em humanos há evidências de que algumas áreas do nosso cérebro tratem especificamente do espaço peripessoal. Arvid Guterstam do Instituto Karolinska em Estocolmo, na Suécia, afirma que há uma representação semelhante à encontrada nos macacos no cérebro humano.

Truque da mão de borracha

O truque, realizado por Guterstam e seus colegas, se aprofundou em um teste muito conhecido e refeito durante os anos. O teste consiste em enganar o cérebro humano fazendo com que ele se identifique com uma mão falsa. Para que a identificação aconteça uma mão de borracha é acoplada ao ombro do voluntário. A mão real pela qual a prótese estaria substituindo é colocada atrás de uma barreira, de forma que a pessoa não a veja. Em seguida a mão de borracha é colocada ao lado da outra mão real, como mostra a imagem.

Um pincel é passado sobre as duas mãos ao mesmo tempo, a de borracha e a que ela está substituindo. Essa relação faz com que o cérebro se identifique com a mão de borracha já que você vê o que é feito com ela e sente ao mesmo tempo. Variáveis deste teste fizeram com que ao surpreender o voluntário batendo na mão de borracha a pessoa tem reações ao ataque como se a mão fosse real. Alguns retiram a mão rapidamente do local, outros gritam e até chegam a relatar que sentiram uma apreensão com a batida, quase como se sentisse o ataque.

Alterações no teste de Guterstam

O experimento feito por Guterstam e seus colegas da universidade consistia em estabelecer distâncias maiores entre o pincel e a mão falsa. Eles pretendiam provar a existência do espaço peripessoal com um teste simples e de fácil acesso. O experimento começava da mesma forma que os demais. Depois de criar uma relação entre o cérebro do voluntário e a mão de borracha com as pinceladas eles estabeleciam uma distancia entre o pincel e a mão falsa. Eles continuavam a fazer o mesmo movimento com o pincel a cima da mão mas sem encostar nela. A distância podia chegar a 10 centímetros.

Mesmo com a distância entre o pincel e a mão os voluntários continuavam relatando sentir as pinceladas. Muitos deles chegaram a dizer que era como se tivesse uma “força magnética” ou um “campo de força” entre a mão de borracha e o pincel. O experimento provou a existência de um campo sensorial além do nosso corpo físico. Ao final do teste eles perceberam que a sensação era perdida caso a mão real estivesse muito longe da artificial, se o pincel ficasse cerca de 30-40 centímetros acima da mão de borracha ou se fosse colocado algum objeto entre a mão falsa e o pincel que pudesse “impossibilitar” a sensação.

Membros fantasmas

Um outro teste foi feito posteriormente usando a mesma ideia como base. Desta vez a intenção era mostrar que este conceito poderia ser usado para comprovar a existência dos membros fantasmas. A ideia do experimento era a mesma porém sem o uso da mão de borracha. Uma das mãos era separada por uma barreira enquanto um pincel era passado sobre o ar a sua frente, onde a mão deveria estar. A sensação do membro invisível fazia com que os voluntários sentissem as pinceladas mesmo sem uma representação da mão, como nos anteriores. A ideia do membro fantasma é a mesma apresentada em pacientes que sofreram a amputação de algum membro. Durante anos as pessoas que perderam partes do seu corpo relatam sentir como se o membro ainda estivesse lá. O estudo é uma prova de que essa sensação faz parte do espaço peripessoal existente em nós.

Provavelmente todos já sentiram aquela sensação de formigamento quando alguém está prestes a encostar no nosso ombro, isso poderia ser outra prova do espaço peripessoal? O que acharam dos experimentos? Acha que você sentiria as pinceladas se estivesse no lugar dos voluntários?

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