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Estônia proíbe uso de cinto de segurança em estrada de gelo

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A Estônia é um país báltico próximo à Finlândia e que faz fronteira com a Rússia. A nação tem 45 mil quilômetros quadrados (o tamanho do estado do Espírito Santo) e 1,3 milhão de habitantes.

O país é considerado uma das sociedades mais avançadas digitalmente no mundo. Há anos, toda a burocracia governamental, por exemplo, é feita pela pela internet. Além disso, no local surgiram grandes empresas como Skype, a fintech Wise e o app de mobilidade Bolt.

Mas o assunto do texto de hoje é a estrada que não permite o uso de cinto de segurança. Primeiramente, é preciso destacar que mais de 1.500 ilhas fazem parte do território da Estônia. No oeste do país estão as duas maiores, Saaremaa e Hiiumaa. Na maior parte do ano, o trajeto no local é simples: balsas realizam a travessia de menos de 30 km e, em pouco tempo, chega-se ao outro lado do mar.

No entanto, isso muda no inverno, porque os estreitos do mar Báltico congelam, impossibilitando a travessia por balsa. Com isso, a solução é dirigir sobre o gelo.

A estrada de gelo na Estônia

Foto: Stanislav Moškov

Existem seis estradas de gelo oficiais ao redor da Estônia. A maior delas (e a maior da Europa) é a Rohuküla-Heltermaa, que tem 25 km de extensão. A travessia não é considerada perigosa, já que a camada de gelo é grossa (na primavera, ela ainda tem, pelo menos, meio metro) e há neve por cima. Acidentes são raríssimos. No entanto, é preciso ter muito cuidado.

Não é permitido dirigir depois do pôr do sol, e veículos que pesem mais de 2,5 toneladas são proibidos. Para diminuir o risco de ter muito movimento, os carros precisam andar mais espaçados uns dos outros. Por isso, há semáforo nas extremidades da rodovia que garantem um intervalo de, pelo menos, dois minutos entre os automóveis que entram na estrada.

Além disso, não se pode usar cinto de segurança. Isso porque no caso de uma emergência (o seu carro começar a afundar), é preciso sair rapidamente do veículo.

Também vale destacar que é ilegal dirigir entre 25 e 40 km/h. Nesse intervalo, os pneus produzem vibrações que podem quebrar o gelo que está embaixo. É preciso dirigir abaixo dos 25km/h.

Como é dirigir no local? 

Foto: Flicker/MadisPhoto

“[As estradas de gelo] são incrivelmente seguras”, disse o jornalista Joel Atlas em um texto para a BBC sobre o tema. “É áspero em alguns trechos e escorregadio em outros, mas você nunca tem a sensação de que a superfície pode ceder.”

Joel dirigiu na estrada da Estônia a 70 km/h. Durante a travessia, o jornalista percebeu que alguns pontos da pista haviam se deteriorado, formando grandes buracos. Mas não representava grande perigo, quando o carro passava por eles, o homem sentia apenas um solavanco e um borrifo de água e gelo no para-brisa. 

Além disso, até mesmo rachaduras enormes pelo caminho não representam grandes problemas ou risco de que tudo desmorone. Nesses locais, os controladores rodoviários colocam pranchas de madeira, que funcionam como pontes. Vale dizer que a paisagem compensa qualquer perrengue.

“Em um dia de sol como este, a vista é deslumbrante. Um deserto de branco brilhante se estende em todas as direções. Pequenas ilhas pontilhadas ao redor da baía aparecem como oásis no horizonte”, informa Joel.

A travessia de gelo na Estônia

Foto: Reprodução

A travessia de gelo não é novidade no local. No século 13, cavaleiros teutônicos cruzaram o gelo a cavalo para conquistar as ilhas da região. Lembrando que os teutões eram os povos germânicos que viviam no centro e norte da Europa. 

As primeiras aldeias locais foram construídas com materiais do continente, para isso, precisaram atravessar o mar congelado. Animais como ursos, lobos e alces também se aventuram no trajeto em busca de comida. 

O vídeo abaixo mostra como é dirigir na estrada de gelo da Estônia. 

Fonte: Superinteressante

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