Estudo mostra que médiuns tem alterações genéticas

Avatar for Bruno DiasBruno DiasCuriosidadesfevereiro 19, 2025

O que é um médium? Segundo a definição da Federação Espírita do Estado de São Paulo: o médium espiritual atua como um intermediário entre o plano físico e o plano dos espíritos, se tratando, basicamente, de uma conexão mental entre o espírito comunicador com a alma do médium (pessoa) receptor. De acordo com Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, a capacidade para ser um médium espiritual é algo inerente a qualquer pessoa. Agora, um estudo mostrou que médiuns tem alterações genéticas.

O estudo feito com participação de Wagner Farid Gattaz, professor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e do Laboratório de Neurociências, mostraram essas alterações genéticas dos médiuns.

Para isso, uma pesquisa de campo aconteceu, entre 2020 e 2021, comparando 54 pessoas identificadas como médiuns com 53 parentes de primeiro grau que não tinham a habilidade.

“O estudo desvendou alguns genes que estão presentes nos médiuns, mas não em pessoas que não o são e tem a mesma formação cultural, nutritiva e religiosa. Isso significa que alguns desses genes poderiam estar ligados ao dom da mediunidade”, disse Gattaz.

Médiuns tem alterações genéticas

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Com os resultados foram descobertos cerca de 16 mil variantes genéticas encontradas somente nos médiuns “que provavelmente impactaram a função de 7.269 genes”. “Esses genes surgem como possíveis candidatos para futuras investigações das bases biológicas que permitem experiências experimentais como a mediunidade”, pontuou o estudo.

“Esses genes estão em grande parte ligados ao sistema imunológico e inflamatório. Um deles, de maneira interessante, está ligado à glândula pineal, que foi tida por muitos filósofos e pesquisadores do passado, como a glândula responsável pela conexão entre o cérebro e a mente”, afirmou Gattaz.

De acordo com Alexander Moreira-Almeida, coautor do estudo e diretor do Nupes (Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde), da Universidade Federal de Juiz de Fora, comparar os médiuns com seus familiares foi importante. “Se eu pegasse um grupo de controle que fosse uma outra pessoa qualquer, poderia ter muita diferença sociocultural, econômica e também da própria genética. Quando a gente pega um parente vai ter uma genética muito mais parecida e um background sociocultural muito mais próximo”, esclareceu.

No estudo, os pesquisadores analisaram o exoma dos voluntários por terem genes que codificarão proteínas. “O exoma é aquela que, provavelmente, é mais ativa funcionalmente, com maior impacto na formação do corpo da pessoa”, explicou Almeida-Moreira.

Os pesquisadores estudaram Darcy Neves Moreira, de 82 anos, professora apresentada e coordenada em um centro espírita na zona norte carioca. Ela notou seu dom aos 18 anos. “Senti uma presença do meu lado. Comecei a pensar algumas coisas sobre o nosso trabalho. Percebi que não eram propriamente minhas ideias, mas ideias sugeridas pelo amigo que estava ali pertinho de mim”, contou.

Até o momento, são mais de 60 anos “tentando aprimorar esse canal de comunicação com os espíritos, o que me traz muita alegria. É a certeza de que continuamos a viver em outro plano”.

Ao final do estudo, Gattaz afirma que não é necessário ter determinada combinação de genes para ser um médium. “O nosso estudo mostra apenas que alguns desses genes são candidatos para serem treinados em novas pesquisas e podem contribuir para o desenvolvimento do domínio da mediunidade”, concluiu.

Fonte: Folha de São Paulo 

Imagens: Metrópoles

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