De acordo com um oficial da Coreia do Sul, um norte-coreano, de baixa estatura e com 20 e poucos anos, logrou, recentemente, o feito de fugir do país após pular a cerca, de três metros, que marca a fronteira entre a Coreia do Sul e do Norte. Segundo a reportagem, publicada pelo Correio do Brasil, o desertor afirma ser um ex-ginasta.
A imprensa internacional informou que o homem está sendo investigado pelas autoridades militares de Seul, que buscam entender os motivos que levaram o ex-ginasta à deserção. Com o intuito de comprovar a notável experiência na ginástica, as autoridades da Coreia no Sul pediram para o indivíduo repetir o salto duas vezes.
A fuga do ex-ginasta
Para as autoridades, o baixo peso e, consequentemente, a experiência no esporte, ajudou o indivíduo a escapar. O ex-ginasta cruzou a Coreia do Sul por meio da Zona Desmilitarizada (DMZ). De acordo com o The Korean Herald e a Yonhap News Agency, a fuga ocorreu por volta das 19h do dia 3 de novembro.
Evitando a captura por 14 horas, o indivíduo foi encontrado por soldados sul-coreanos às 10 horas do dia 04, a menos de um quilômetro da fronteira. Além de não ter sido detectado pelas tropas norte-coreanas e não ter acionado os sensores presentes ao redor da cerca, o ex-ginasta conseguiu evitar as minas terrestres, que estão distribuídas por toda.
Questionadas pela imprensa local, as Forças Armadas sul-coreanas não souberam informar o motivo dos sensores não estarem funcionando. As autoridades só souberam informar que a cerca não sofreu nenhuma modificação em nenhum de seus pontos.
A fuga do ex-ginasta gerou críticas tanto os sistemas militares quanto aos de segurança da Coreia do Sul em torno da DMZ. O fato do indivíduo ter sido localizado somente no outro dia, também coloca em pauta a eficácia das autoridades locais.
“Iremos verificar porque os sensores não foram acionados e faremos de tudo para que voltem a operar novamente”, disse um oficial do Estado-Maior Conjunto da Coreia à Yonhap.
Deserção
Com a fuga do ex-ginasta, os militares podem ser acusados de não terem impedido uma potencial infiltração norte-coreana e uma violação de segurança na área.
Com isso, Seul prometeu fortalecer a vigilância ao longo da fronteira com seu vizinho comunista, não só por conta da fuga do ex-ginasta como também por já ter vivido outros tipos de violação. Em junho de 2019, por exemplo, um barco que transportava quatro norte-coreanos chegou à cidade de Samcheok, na Coreia do Sul, sem ser detectado.
A última deserção norte-coreana ocorreu em agosto de 2019, quando um soldado logrou cruzar a DMZ. Uma fuga de um outro soldado norte-coreano ganhou as manchetes em todo o mundo em 2017. O indivíduo conseguiu dirigir um caminhão do exército pela fronteira em meio a uma saraivada de tiros.
O Ministério da Unificação da Coréia do Sul afirma que um total de 33.523 desertores norte-coreanos entraram na Coréia do Sul desde 1948, ano que marcou o início da divisão oficial entre os dois países.
O Norte e o Sul concordaram em cessar os combates da Guerra da Coreia em 1953, mas permaneceram mutuamente hostis. As relações pioraram ainda mais no ano passado, desde o colapso das negociações de desnuclearização entre Pyongyang e Washington.
Em setembro, tropas norte-coreanas mataram a tiros um oficial de pesca sul-coreano que, por engano, mergulhou nas águas territoriais do Norte. Os norte-coreanos culparam Seul, dizendo que o assassinato foi devido ao “controle impróprio ” de um cidadão.
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