Explosão rara de estrela anã vai poder ser vista até setembro

A explosão da estrela anã é um evento raro que vai acontecer de novo, e nós poderemos ver da Terra. A última vez que isso aconteceu foi há 78 anos, em 1946.

Agora, teremos a chance de observar novamente o raro evento de uma explosão termonuclear em uma estrela a três mil anos-luz de distância. A luz desse fenômeno tem viajado por milhares de anos e finalmente está chegando até nós, podendo ser vista entre julho e setembro.

T Coronae Borealis é o sistema estelar que se destaca no céu aproximadamente a cada 80 anos. Para os observadores do hemisfério sul, a explosão tornará T CrB, como também é conhecida, tão brilhante quanto a estrela Saiph, localizada no pé direito da constelação de Órion.

Essas explosões termonucleares comuns na superfície de T CrB se chamam “novas”. O sistema estelar é composto por uma anã branca, um núcleo estelar extremamente denso com a massa do Sol e o tamanho da Terra, que atrai gás de sua vizinha, uma gigante vermelha de baixa massa, mas inflada.

O acúmulo de hidrogênio e pressão na superfície da anã branca causa a explosão, a tornando mais brilhante que o normal e visível a olho nu do nosso planeta.

Via Flickr

Evento de 1217

A constelação Corona Borealis está sendo constantemente monitorada por astrônomos para observar o renascimento da estrela. Infelizmente para nós, brasileiros, a explosão da estrela anã só estará visível a olho nu no hemisfério norte.

Para eles, será como se uma nova estrela nascesse no céu noturno, com uma expectativa de vida de cerca de uma semana.

A força gravitacional da anã branca é o que atrai o gás para si. Isso porque se trata de um sistema previsível, onde as explosões continuam se repetindo a cada 80 anos.

A nova que ocorre em T Coronae Borealis é bem diferente de uma supernova, que é a explosão que marca o fim da vida de uma estrela e acontece apenas uma vez.

No entanto, conhecemos esse evento há algum tempo. A primeira vez que T CrB foi vista e documentada foi em 1217, por um padre em Ursberg, no sul da Alemanha. “Uma estrela fraca que, por um tempo, brilhou com grande luz”, escreveu o abade na época.

Os cientistas perceberam que outra explosão estava se aproximando porque, cerca de dez anos antes do fenômeno, o sistema estelar começa a ficar um pouco mais brilhante. Nos meses anteriores à explosão, o brilho da estrela diminui.

Eventos nova geralmente ocorrem a distâncias muito maiores da Terra. Agora, com muitos novos telescópios que não existiam em 1946, conseguiremos entender melhor o fenômeno, examinando T CrB durante o breve período em que estará visível para nós – o que pode começar a qualquer momento.

Via PxHere

Como aproveitar?

Para quem quer ver a explosão da estrela anã e está no hemisfério Norte, existem algumas dicas para se preparar e aproveitar ao máximo essa experiência rara.

Primeiro, escolha um local longe da poluição luminosa das cidades. Áreas rurais ou parques são ideais para garantir uma visão clara do céu noturno. Verifique a previsão do tempo para garantir que o céu estará limpo e sem nuvens na noite da observação.

Leve um bom par de binóculos ou, se tiver, um telescópio portátil. Embora a explosão deva ser visível a olho nu, esses instrumentos melhoram a qualidade da experiência.

Por ser de noite, procure usar roupas confortáveis e se proteger do frio, mesmo estando verão na parte de cima do globo. Se quiser, aposte em uma cadeira para esperar.

Não se esqueça dos itens essenciais: água e lanches para manter as energias. Use uma lanterna para não ficar no escuro e conte com um aplicativo para te guiar no melhor ponto de observação.

Para escolher um bom lugar, chegue cedo e se prepare no dia da explosão da estrela anã. Dessa forma, poderá se familiarizar com o céu e conseguir aproveitar ao máximo.

Por fim, seja paciente. Eventos astronômicos podem ser imprevisíveis e a explosão pode ocorrer a qualquer momento dentro do período previsto.

Aproveite o tempo ao ar livre, observe outras estrelas e compartilhe essa experiência com amigos.

 

Fonte: Superinteressante

Imagens: Flickr, PxHere

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