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Finlândia: o país da honestidade

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A Finlândia é um país em que as pessoas acreditam que os outros estão sempre falando a verdade. A honestidade está implícita até que se prove o contrário.

Extremamente valorizada para os finlandeses, a honestidade é a base para as relações. As pessoas acreditam que o outro está falando a verdade o tempo todo.

“Ser honesto é uma característica da cultura finlandesa — pelo menos se compararmos com outras culturas”, afirmou Johannes Kananen, professor da Escola Sueca de Ciência da Universidade de Helsinki, em entrevista à BBC.

Um hábito comum dos finlandeses é que objetos perdidos sempre são encontrados pelos seus donos. Um exemplo é que as luvas são deixadas sob as árvores para que seja fácil vê-las à distância, isso porque as crianças costumam perder suas luvas. Natalie Gaudet, que trabalha na Universidade de Aalto, explica que “numa sociedade em que a honestidade está implícita, todo mundo entende que apenas o dono do objeto perdido irá pegá-lo.”

Além disso, anos atrás, a revista Reader’s Digest fez um “Teste da Carteira Perdida”. Vários repórteres perderam 198 carteiras, com US$ 50, em diversos locais do mundo. Além do dinheiro, também estavam guardadas informações de contato, fotos de família e cartões de visita. Na capital da Finlândia, onze de cada doze carteiras foram devolvidas. Isso fez Helsinki ser considerada a cidade mais honesta do mundo.

Por que a Finlândia é considerada o país da honestidade?

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Durante anos a Finlândia esteve sob o domínio do Império Sueco, nesta época, o sueco era a língua da elite e o finlandês era utilizado pelas classes populares, clero e campeonato. A Finlândia obteve o status de autonomia em 1809, quando Alexandre 1º da Rússia, na Guerra Finlandesa, tornou-se o Grão-Ducado da Finlândia. Neste momento se iniciou a formação da identidade finlandesa que conhecemos hoje.

De acordo com Urpu Strellman, agente literário em Helsinki, naquele momento estava sendo formado o estereótipos dos finlandeses como um povo austero, modesto, que trabalha duro, que são obedientes a Deus e que superam tempos difíceis. Além disso, eles abraçaram qualquer destino lançado sobre eles, tendo iniciado a relação da Finlândia com a honestidade.

Devido à paisagem rural e aos invernos escuros do Ártico, o povo da Finlândia precisou adotar o “sisu”. O termo finlandês é utilizado para descrever coragem, resiliência e robustez.

Vale lembrar que quando a Finlândia se separou do reino sueco, o país estabeleceu a Igreja Luterana Evangélica e uma ética protestante. De acordo com Klaus Helkama e Anneli Portman, os valores finlandeses da honestidade podem estar ligados às raízes protestantes. Isso porque, segundo os autores, as atividades missionárias protestantes centradas na educação em massa e na impressão em massa de manuscritos trouxeram a autorreflexão, que levou à honestidade.

O escândalo dos atletas

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Em 2001, quando a Finlândia recebeu o Campeonato Nórdico de Esqui FIS, seis atletas foram reprovados no exame antidoping e desclassificados. Para a imprensa nacional, o escândalo foi tratado como uma vergonha pública. Isso porque a sensação de constrangimento foi coletivo. O escândalo além de sujar a imagem do esporte, também foi contra a lenda do finlandês honesto.

Os finlandeses possuem orgulho do nível de confiança que sua população possui entre si. Isso pode ser justificado porque eles acreditam que os outros estão sempre agindo de forma honesta.

Além disso, devido à maioria de seus 5,5 milhões de habitantes estarem concentrados em centros urbanos do sul do país, existem chances de pessoas em uma área específica se conhecerem. Por isso, se um finlandês não te considera de confiança, pode levar a complicações no futuro, pois mesmo que eles não falem mal de você, se alguém pedir uma referência será um problema.

Fonte: BBC

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