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Homem que teve prisão mostrada no Fantástico processa a Globo e pede R$ 160 mil

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Um homem que teve sua prisão mostrada em imagens de reportagem da TV Globo, transmitida no programa Fantástico e reexibida pela afiliada TV TEM, em 2020, entrou com um processo judicial para receber uma indenização de R$ 160 mil da emissora. O homem estava preso quando decidiu iniciar a ação, em agosto de 2020. Contra ele, haviam as acusações de estelionato e corrupção.

O homem, que é ex-escrevente técnico judiciário e trabalhou no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), afirma que foi indevidamente colocado como cúmplice da “Operação Alquimia”, da Polícia Federal. Segundo ele, a emissora o acusou de abastecer a quadrilha com informações privilegiadas a respeito do processo.

TV Globo

A operação e exibição da TV Globo

A “Operação Alquimia” foi desencadeada pelo Ministério Público para buscar uma organização criminosa que realizava agiotagem e crimes correlatos. No total, os envolvidos foram condenados a uma pena de 427 anos de reclusão, segundo o processo.

O homem cita que não foi investigado nessa operação e menciona que as imagens de sua prisão foram gravadas por policiais, que o abordaram enquanto se encontrava deitado e, após cumprimentá-lo, disseram: “Você tem um mandado de prisão contra você”.

Ele considerou a exibição desse momento como “irrazoável”, pois afirma nunca ter sido investigado, denunciado ou condenado pelos delitos de extorsão, organização criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro como os réus da investigação. O ex-escrevente justificou ter entrado com a ação contra a Globo porque “a exibição de sua imagem em rede nacional se mostra um descalabro, fato que causou imenso abalo à sua honra e imagem”.

A resposta da emissora

A TV Globo contestou a ação dizendo que as alegações do ex-escrevente são deturpadas e cita que ele foi preso pelo crime de corrupção passiva e estelionato, em processo que encontra-se em segredo de Justiça. “A despeito de reconhecer estar preso e já ter sido condenado em 1º grau por diversos crimes, insiste que a reportagem o teria associado à operação de forma inverídica e sensacionalista. Nenhuma indenização cabe no caso concreto”, diz a Globo.

A emissora afirmou que não ligou o autor da ação à Operação Alquimia, e sim ao fato de ele ter sido acusado pelo Ministério Público sob a suspeita de avisar o banco sobre os passos do processo. A Globo também citou o fato de que o homem encontra-se preso e que a reportagem tinha interesse coletivo e cunho informativo, amparada por fontes oficiais. “É lícita a divulgação de investigações oficiais de domínio público”, diz a emissora.

O andamento do processo

Em fevereiro de 2021, o juiz José Elias Themer julgou improcedentes os pedidos do preso. Segundo ele, a matéria possuía “evidente interesse coletivo” e não se tratava de mero sensacionalismo sem embasamento fático. Também citou que a Globo se referiu ao autor apenas como “escrevente”, sem citar seu nome.

A identidade do ex-escrevente segue em sigilo. Ele ainda tenta recursos no processo. O último foi apresentado em setembro do ano passado, enquanto a Globo apresentou nova defesa recentemente, na última semana de fevereiro.

Fonte: UOL

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