Ciência e Tecnologia

Imagens térmicas mostram os estranhos anéis de Urano

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Durante os anos 1970, os cientistas descobriram algo muito interessante sobre planetas gasosos do nosso Sistema Solar. Eles revelaram que gigantes gasosos como Urano, não apenas Saturno, possuem sistemas de anéis sobre eles. A questão é que esses anéis não são facilmente visíveis à distância, e requerem um certo tempo para que a luz seja refletida neles.

Uma outra maneira para observá-los é utilizando ondas de infravermelho ou de rádio. Uma equipe de astrônomos, recentemente, demonstrou isso em uma observação de Urano, usando o Atacama Large Milimeter /submilimeter Array (ALMA) e o Very Large Telescope (VLT). Como resultado, eles obtiveram a leitura de temperatura dos anéis, além de confirmarem o que muitos cientistas suspeitavam há um longo tempo.

Um estudo detalhado sobre o procedimento foi publicado no The Astronomical Journal. Integrando a equipe, estavam os pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Edward Molter e Imke de Pater. Eles foram os responsáveis pelas observações do ALMA. Enquanto isso, outros dois integrantes da equipe, Michael Roman e Leigh Fletcher, ambos da Universidade de Leicester, operaram o VLT.

Os anéis de Urano só foram descobertos em 1977, por uma equipe de pesquisadores. O feito foi viabilizado com o uso de Kuiper Airbone Observatory, da NASA. Na época, foram descobertos quatro anéis, enquanto outros seis foram descobertos posteriormente. Durante a passagem do Voyager 2 por Urano, em 1986, a sonda conseguiu capturar as primeiras imagens diretas dos anéis. Além de detectar um décimo primeiro anel em volta do planeta.

A descoberta

Atualmente, o número de anéis observados já são treze. Observações usando o Telescópio Espacial Hubble e do Observatório Keck confirmaram a existência de dois outros anéis orbitando Urano. No entanto, eles estavam a uma distância muito maior do planeta. Eles possuem coloração vermelha e azul. O que indica que esses “anéis externos” possuem composição diferente dos anéis internos de cor cinza.

Até pouco tempo atrás, um maior detalhamento dos anéis de Urano permanecia restrito. Informações como o tamanho e a distribuição de suas partículas ainda não haviam sido adequadamente apuradas. E foi exatamente para analisar tais anéis e capturar mais detalhes que o time de pesquisadores, se reuniu. Para isso, os cientistas usaram imagens de rádio na faixa de milímetros, a partir dos dados reunidos pelo ALMA, além dos dados coletados pelo VLT.

Essas informações combinadas revelaram que o sistema de Urano tem uma temperatura de -196º C. Outra grande revelação foi de que o anel mais brilhante e denso de urano, o Epsilon, é bem diferente de outros sistemas de anéis de nosso Sistema Solar.

“Os anéis de Saturno, principalmente os de gelo, são largos, brilhantes e possuem faixas de partículas de vários tamanhos, desde poeira do tamanho de mícron no anel D mais interno, até dezenas de metros de comprimento nos anéis principais. O pequeno final está faltando nos principais anéis de Urano; o anel mais brilhante, épsilon, é composto de rochas do tamanho de bolas de golfe e maiores”, explicou Imke Pater, em entrevista ao portal Berkeley News.

A composição dos Anéis

Portanto, sabemos que o anel Epsilon de Urano é diferente dos anéis de Saturno. Os anéis de Saturno são compostos por gelo de água e vestígios de poeira, que variam de micrômetros a metros. Esse anel também entra em desacordo com os anéis de Júpiter, formados principalmente por minusculas partículas e com os anéis de Netuno formado principalmente por poeira.

É importante, para os astrônomos, saberem a composição desses anéis uma vez que eles poderiam ter se formado de várias maneiras. Isso poderia incluir fragmentos de antigos asteroides, remanescentes de luas, que colidiram e detritos da formação do Sistema Solar.

“Nós já sabemos que o anel épsilon é um pouco estranho, porque nós não vemos as coisas menores. Algo tem varrido as coisas menores, ou está tudo junto. Nós simplesmente não sabemos. Este é um passo para entender sua composição e se todos os anéis vieram do mesmo material de origem, ou se são diferentes para cada anel”, disse Molter.

“Os anéis de Urano são composicionalmente diferentes do anel principal de Saturno, no sentido de que em óptico e infravermelho, o albedo é muito mais baixo: eles são realmente escuros, como o carvão. Eles também são extremamente estreitos em comparação com os anéis de Saturno. O mais largo, o anel épsilon, varia de 20 a 100 quilômetros de largura, enquanto Saturno tem 100 ou dezenas de milhares de quilômetros de largura”.

Durante os estudos, os pesquisadores conseguiram perceber algo muito impressionante. Os anéis de Urano brilhavam intensamente. “É legal que podemos até fazer isso com os instrumentos que temos”, disse Molter. “Eu estava apenas tentando imaginar o planeta o melhor que pude e vi os anéis. Foi fantástico”.

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