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Jornalista que cobriu a pandemia em Wuhan é condenada à prisão

Jornalista que cobriu a pandemia em Wuhan é condenada a prisão
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Nesta segunda-feira (28/12), Zhang Zhan, uma jornalista que cobriu a pandemia em Wuhan, cidade chinesa que foi o epicentro da pandemia, foi presa e condenada a quatro anos de prisão, por divulgar nas redes sociais a situação dos hospitais na cidade. Segundo a agência de informações France Presse, o julgamento foi feito de maneira fechada. Com isso, jornalistas e diplomatas estrangeiros que compareceram ao tribunal de Xangai foram impedidos de acompanhar o processo.

Ainda de acordo com as informações, Zhang Zhan “parecia muito abatida quando a sentença foi anunciada”, como afirma Ren Quanniu, um de seus advogados. Além disso, o próprio Quanniu afirmava estar muito preocupado com a situação e o estado psicológico de sua cliente. Com a situação delicada, alguns simpatizantes de Zhan foram afastados pelas forças de segurança do local. Enquanto isso, a jornalista podia ser condenada a até cinco de prisão e foi condenada a quatro.

Jornalistas e diplomatas foram impedidos de acompanhar o julgamento

Sendo natural de Xangai, Zhang Zhan viajou até Wuhan em fevereiro. Nessa época, a cidade era o epicentro da epidemia. Com isso, Zhan fez seu papel de jornalista e divulgou diversas reportagens nas redes sociais. Nesse sentido, a maioria delas falava sobre a situação caótica nos hospitais. Em um de seus textos, Zhang mencionou uma “grave violação dos direitos humanos” no confinamento imposto em Wuhan.

Também vale lembrar que, ao fazer tudo isso, Zhan corria risco de vida, uma vez que não se sabia muito sobre o vírus. De acordo com o balanço oficial, entre os meses de janeiro e maio, foram quase quatro mil mortes por Covid-19. Ou seja, quase todo o percentual de mortes no país no mesmo período, que foi de 4.634 óbitos.

Inicialmente, a China foi muito criticada por suas atitudes em relação à pandemia. Isso porque, os casos começaram a ser detectados em dezembro de 2019. Entretanto, somente em 23 de janeiro deste ano, a quarentena foi declarada pelas autoridades do país. Antes disso, médicos e profissionais de saúde que tentaram alertar sobre o caso foram acusados de “propagar boatos”.

Zhang Zhan acredita que irá morrer na prisão, afirma seu advogado

Em maio deste ano, Zhang foi detida por “provocar distúrbios” na região. Em outros casos, essa terminologia já foi usada para incriminar opositores do regime do presidente chinês, Xi Jinping. No tribunal, Zhang foi acusada de divulgar informações falsas na internet, como afirma seu advogado, Zhang Keke.

Estando detida desde maio, em junho, a jornalista iniciou uma greve de fome como forma de protesto. No entanto, ela foi forçada a se alimentar por uma sonda. “Quando a vi na semana passada, ela afirmou: ‘Se receber uma sentença pesada, vou recusar qualquer alimento até o fim’. Ela acredita que vai morrer na prisão”, afirma Keke.

É comum que, nessa época do ano, o governo chinês condene opositores. Isso porque, durante as festas de fim de ano, a atenção do resto do mundo sobre as atitudes do governo diminui. Dessa forma, em breve, um grupo de ativistas que foi detido em agosto, quando tentavam fugir de barco rumo a Taiwan, também deve ser julgado.

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