A vontade humana de dominar o espaço, e explorá-lo, é um dos desejos mais profundos. Marte, depois do nosso, é o planeta mais popular por vários motivos. O Planeta Vermelho, sempre, foi uma grande fonte de mistérios. Com o passar dos anos, as pesquisas ficaram mais intensas e os robôs, enviados para lá, nos dão informações e imagens cada vez mais cheias de detalhes. Agora, as maiores moléculas orgânicas já descobertas em Marte foram encontradas pelo rover Curiosity.
Essa descoberta aconteceu dentro de uma rocha de argila de 3,7 bilhões de anos, na Cratera Gale. A importância do rover ter encontrado as maiores moléculas orgânicas já descobertas em Marte é grande porque, na Terra, elas se formam por processos biológicos e não biológicos. Por isso a descoberta não prova que Marte já abrigou vida e nem que, ainda, existe vida por lá. Mas ela é um indicativo de que o Planeta Vermelho teve vida nos seus primeiros dias e os produtos, dessa vida, poderiam ter sobrevivido por, praticamente, quatro bilhões de anos.
As moléculas orgânicas são moléculas de carbono. Elas são a base da vida no nosso planeta, mas nem todas moléculas orgânicas precisam de vida para se formarem. Uma grande questão na busca por vida em Marte é a quantidade de evidências, do passado, que teriam sobrevivido.
Olhar digital
À medida que o Curiosity coletou as amostras da Cratera Gale, elas foram colocadas no Sample Analysis at Mars (SAM), que mostrou a presença de moléculas orgânicas com até seis átomos de carbono, incluindo algumas com cloro ou enxofre.
Os operadores do SAM, então, fizeram um processo de aquecimento, em duas etapas, por estarem preocupados com oxigênio em outros produtos químicos do planeta que poderiam oxidar algumas das moléculas que eles estavam procurando.
Durante o processo de aquecimento duplo, em uma amostra da rocha Cumberland, ela produziu uma concentração alta de clorobenzeno, uma molécula orgânica cujos seis átomos de carbono representaram o registro marciano.
Além disso, eles também viram pequenas quantidades de moléculas orgânicas, de cadeia longa, conhecidas como alcano, especificamente, decano (C10H22), undecano (C11H24) e dodecano (C12H26).
Isso é uma coisa nova para o Planeta Vermelho e, não somente, um aumento de uma descoberta anterior. Tanto que, os pesquisadores pensam que os alcanos, uma longa cadeia de moléculas de carbono com hidrogênio pendurado, são um produto do aquecimento e não estavam presentes na rocha de Marte.
Contudo, o SAM não teria desencadeado a formação de uma cadeia de carbono maior e, sim, mudado os átomos ligados à espinha de carbono.
Essas maiores moléculas orgânicas já descobertas em Marte não são uma prova de que o planeta já teve vida, mas faz com que tal suposição fique mais provável.
Fonte: Olhar digital
Imagens: Olhar digital