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Mau uso da mochila pode causar problemas de saúde em crianças e adolescentes

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Dentre tudo que os pais precisam prestar atenção com a volta às aulas pós-isolamento social, uma questão que se mantém é o uso de mochila escolar. Para além do álcool em gel e máscara, é necessário voltar a atenção para a quantidade de material que os alunos carregam na mochila todos os dias.

Isso porque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mau uso das mochilas é um dos motivos que levam 85% da população a desenvolver dores nas costas.

Quando a compra é feita, é comum colocar apenas o necessário e o peso é perfeitamente confortável. No entanto, com o passar do ano letivo, crianças e adolescentes acumulam projetos, provas, cadernos e mais livros, o que pode não ser percebido como um problema até que seja tarde.

Esse foi o caso de Eduarda Campos, estudante de 15 anos, até o ano passado. A adolescente precisou consultar um ortopedista para tratar suas dores e o especialista foi incisivo: o problema era relacionado ao peso de sua mochila escolar.

Sendo assim, sua mãe, a empresária Fabiana Campos, percebeu que sua mochila estava com materiais em excesso às vezes, mas ela jamais imaginou que o peso poderia causar problemas de saúde.

“Chegamos em casa da consulta e fui olhar o que ela tinha na mochila. Ela foi tirando o material e não tinha nada que pudesse ficar de fora. Além disso, havia dias em que ela treinava vôlei depois da aula e precisava levar o uniforme do treino”, conta Fabiana.

Tratamento de Eduarda

Para tratar as dores de Eduarda, o ortopedista receitou algumas sessões de fisioterapia. Porém, o problema só melhorou quando a estudante mudou seus hábitos de carregar a mochila pesada. Ela apertou as alças, que ficavam muito folgadas, e trocou seus cadernos para modelos mais finos, úteis no dia a dia.

“Agora eu cuido para não levar a mochila por uma alça só, e deixo na altura certa, porque antes ficava muito baixa ou muito alta. Mas tenho que me policiar, porque é muito automático usar do jeito errado. Acho que a maioria dos adolescentes nem pensa nisso”, afirma a adolescente.

Segundo a fisioterapeuta Karen Rodrigues, especialista em desenvolvimento infantil, o mau uso de mochilas escolares pode até levar a complicações sérias que acarretam em hipercifose e a escoliose.

Isso acontece porque, quando o peso da mochila é superior à capacidade dos músculos e das articulações, o corpo começa a fazer ajustes para compensar o peso excessivo. Logo, as adaptações levam a alterações que podem ser laterolaterais ou anteroposterior.

Complicações sérias

“Essas complicações não são apenas estéticas, elas podem causar complicações respiratórias, e alteração no equilíbrio, e o mais comum: as dores. Quando há dor, ainda é positivo porque dá tempo de levar em um ortopedista. Mas há problemas que vêm de forma silenciosa, que a pessoa só vai perceber quando chega na idade adulta, e fica mais difícil de corrigir”, explica Karen.

Dessa forma, uma solução é o uso de mochila de rodinhas, vistas com mais frequência entre crianças pequenas. No caso da Amanda Zenato, de seis anos de idade, o uso da mochila de rodinha é feito desde a pré-escola.

Já no segundo ano do Ensino Fundamental, ela segue com o hábito de usar uma mochila contendo apenas os itens necessários e com rodinhas. Sua mãe, a arquiteta Faviana Zenato, já possuía o costume de observar o que ia na mochila da criança desde o início de sua educação escolar.

“Por mais que ela ainda esteja no segundo ano, já criamos este hábito para quando precisar trazer mais materiais para a escola”, ela conta. No entanto, por mais que a mochila de rodinha seja uma boa opção para evitar o sobrepeso, ainda é necessário monitorar a altura e os materiais para que não cause problemas nos ombros.

Além disso, crianças que precisam caminhar longas distâncias até a escola devem evitá-las visto que elas oferecem dificuldades quando obstáculos são encontrados no trajeto. Vale ressaltar que o primeiro esforço deve ser da instituição de ensino.

Nesse caso, a escola deve organizar os horários de aula de forma que distribui as atividades com muitos materiais ou materiais pesados na grade escolar. Assim, a criança não precisa acumular diversos materiais de uma só vez.

Outra opção é a de oferecer escaninhos para os materiais que podem permanecer nas dependências. Algumas escolas optam por utilizar materiais que são multifuncionais entre as matérias.

Recomendações

Reprodução

O peso ideal da mochila não pode ultrapassar 10% do peso na criança. Então, se ela pesa 40 kg, a mochila não pode pesar mais de 4 kg. Ela também não deve ser maior do que as costas da criança e deve estar regulada para repousar acima do bumbum.

Por fim, use as duas alças e opte por mochilas com poucos bolsos, o que incentiva o uso só do essencial.

Fonte: NSC Total

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