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Morador de favela viraliza ao tocar saxofone para comunidade após dia de conflito

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Um morador de uma favela ouviu tiros e decidiu usar seu talento com saxofone para abafar os barulhos e acalmar a comunidade. O caso aconteceu no Complexo do Alemão na quinta-feira (21), quando um conflito resultou na morte de 18 pessoas.

Wallace Santos, de apenas 19 anos, mora na favela e foi para o local conhecido como Alvorada para tocar o saxofone. A ideia dele era de afastar o clima de terror que tomou conta da comunidade durante o dia.

“O momento que estamos vivendo na comunidade é muito triste. Eu creio que através do meu som, através da cultura, da arte, muitas mães que estão chorando, podem pensar que Deus está confortando elas através desse som”, disse o rapaz cujo vídeo tocando viralizou.

Favela constrói sua própria rede de esgoto

Rede Favela Sustentável/Douglas Dobby

Outro exemplo de solução encontrada para amenizar os problemas de uma comunidade ocorreu no Vale Encantado, fundado no século 19 por trabalhadores de plantações de café. A favela era uma das maiores do mundo em perímetro urbano antes de ser reflorestada, se tornando a região da Floresta da Tijuca.

Otávio Barros, que hoje é presidente da Associação de Moradores e da cooperativa do Vale, conta que seus bisavós se mudaram para a região justamente para trabalhar nas plantações de café. Assim, as gerações subsequentes acabaram se dedicando a outras atividades, como agricultura e floricultura.

“Eu sou da quarta geração. Também teve uma fase de extração do granito, que causou desmatamento. Mas em 1989 as empresas foram embora. Muitas pessoas que vieram para trabalhar não se adaptaram e foram junto. Ficaram mais as famílias originárias.”

Dessa forma, depois de 150 anos, o Vale Encantado se encontrou isolado no meio da floresta. Com isso, os moradores ficaram sem como ganhar a vida por meio da extração de recursos naturais ao seu entorno. Nos dias atuais, segundo o último censo realizado pela associação de moradores da favela, cerca de 100 pessoas, compondo 40 famílias, moram nas 27 casas do local.

Então, a partir de 2005, depois de uma visita do francês Jérôme Auriac, presidente de uma organização não-governamental de desenvolvimento sustentável que atua no Brasil, Otávio Barros começou a pensar no Vale Encantado como um bom destino de turismo sustentável. Isso porque iria ajudar a comunidade a gerar renda.

“Em 2007, após eu e um colega já estarmos formados como guias, um dos turistas que nos visitava perguntou se poderia tomar banho na cascata. Eu expliquei que não, porque o esgoto da comunidade era despejado ali. Seguimos com o passeio, mas aquilo me incomodou. Comecei a procurar alguma forma de melhorar o sistema de canalização, apesar de não ter conhecimentos técnicos”, diz.

Desafio

Em 2006, o Ministério Público do Estado do Rio entrou com uma ação civil pública e um pedido de liminar contra a Prefeitura do Rio. A razão era a ocupação das áreas do Alto da Boa vista, onde o Vale Encantado se encontra.

Assim sendo, a ação não tinha como único objetivo considerar a favela como uma ameaça à preservação do meio ambiente, o que resultaria em seu desmantelamento. Isso fez com que o presidente da associação de moradores, Otávio Barros, procurasse por uma solução que garantisse a sobrevivência da comunidade.

Portanto, em 2011, um pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio de Janeiro, onde Otávio trabalhava como secretário do curso de graduação de matemática, indicou que o homem falasse com um engenheiro ambiental sanitarista chamado Leonardo Adler.

Em 2015, o biossistema de saneamento ecológico do Vale Encantado começou a ser desenvolvido por meio de uma pareceria com um edital da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro).

Dessa forma, o objetivo era construir um biodigestor que trataria o esgoto de todas as 27 casas da favela. Contudo, o processo de arrecadar o dinheiro para finalizar as obras foi lento, interrompido inclusive pela pandemia do coronavírus. Ainda assim, com a ajuda de diferentes organizações sociais, a comunidade conseguiu concluir o sistema de esgoto que conecta todas as casas à rede completa de saneamento.

Fonte: G1

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