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Moradores do Rio recorrem à internet por satélite da Starlink para escapar de imposição de operadoras do tráfico e da milícia

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Um morador de uma das áreas do bairro de Guadalupe, afetada pela retirada de cabos para a imposição de um serviço de internet do tráfico, optou por não se identificar e recorreu à Starlink, empresa de Elon Musk que oferece conexão via satélite.

De acordo com ele, os traficantes, após cortarem o cabeamento em sua rua, exigiram R$ 100 para instalar os serviços de um provedor ligado ao grupo, além de uma mensalidade de R$ 120.

O serviço via satélite geralmente é utilizado por pessoas que vivem em locais de difícil acesso ou em áreas remotas, onde não há disponibilidade de banda larga por cabo ou fibra óptica.

Ele disse, de forma anônima, que preferiu gastar para não ser dependente do serviço de internet do tráfico. Além disso, contratando uma plataforma digital via satélite, terá mais rapidez e conexão.

Em Olaria, onde a milícia causa o mesmo problema, um morador relatou que alguns já optaram pela plataforma digital via satélite para evitar a ligação com criminosos.

Ele conta que os responsáveis tiraram todos os cabos e muitos ficaram sem internet, porque não têm dinheiro para consertar. Ou, então, estão sem técnicos para a manutenção. Enquanto isso, os mais novos já usam a internet de Elon Musk.

Via Starlink

Starlink

O equipamento consiste em uma pequena antena, que pode ser instalada no quintal ou em uma varanda de apartamento, por exemplo. Além disso, inclui um roteador, uma fonte de energia e cabos de conexão.

O aparelho custa cerca de mil reais e é necessário pagar uma mensalidade de aproximadamente R$ 180 para ter acesso ao serviço.

No Brasil, o município do Rio de Janeiro é a terceira cidade com o maior número de usuários da Starlink no país.

Apesar de ser um dos principais centros urbanos do Brasil, com infraestrutura de banda larga por cabos e fibra óptica, o Rio é superado apenas por Boa Vista, em Roraima, e Manaus, no Amazonas, ambas na Região Norte.

Como funciona?

A Starlink, uma iniciativa da SpaceX, empresa de Elon Musk, oferece um serviço de internet via satélite que se diferencia dos métodos tradicionais, como fibra óptica e cabos coaxiais.

Para isso, utiliza uma rede de milhares de pequenos satélites posicionados em órbita baixa da Terra (aproximadamente 550 km de altitude). Esses satélites formam uma “constelação” que cobre grandes áreas geográficas, permitindo que o serviço alcance praticamente qualquer ponto do planeta.

Os satélites se comunicam diretamente com as antenas dos usuários na Terra. Quando você se conecta ao serviço, sua antena (chamada de terminal) envia e recebe sinais diretamente dos satélites que estão sobrevoando sua localização.

O equipamento do usuário inclui uma pequena antena parabólica (a “dish”), que pode ser instalada em locais abertos como telhados, quintais ou varandas, além de um roteador que distribui o sinal dentro da residência.

Assim, os satélites da Starlink possuem a capacidade de se comunicar entre si através de feixes de laser, permitindo a transmissão de dados de forma eficiente, mesmo em áreas remotas.

Via Starlink

Sem cabos

Ao contrário dos serviços de internet tradicionais, a Starlink utiliza a comunicação via satélites em órbita. Assim, não depende de cabos subterrâneos ou aéreos para transmitir dados. Isso significa que não há necessidade de instalar ou manter uma infraestrutura física como cabos de fibra óptica ou torres de celular.

Como a comunicação ocorre diretamente entre a antena do usuário e os satélites, o serviço pode ser oferecido em praticamente qualquer lugar, inclusive em áreas rurais, regiões de difícil acesso ou locais onde a infraestrutura de telecomunicações terrestre é limitada ou inexistente.
Resiliência:

A ausência de cabos torna o serviço menos vulnerável a interrupções causadas por problemas na infraestrutura terrestre, como acidentes, vandalismo, ou eventos naturais. Ou, ainda, no caso da internet do tráfico, não depende de terceiros.

Por isso, é uma opção cada vez mais atrativa para diferentes regiões, remotas ou governadas por grupos específicos.

 

Fonte: Globo, Globo

Imagens: Starlink, Starlink

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