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Museu dos EUA recebe crânio com implante de metal

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A doação de um crânio para o Museu de Osteologia da cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, gera discussões sobre a origem do uso de implantes cirúrgicos no crânio. Ele é datado em mais de dois mil anos e é oriundo de uma sociedade pré-inca na cadeia de montanhas dos Andes, mais especificamente no Peru.

Por esse motivo, a caveira doada é alongada, o que representa uma característica dos povos peruanos da época. Em tempos remotos, esses grupos modificaram crânios de forma intencional, amarrando a cabeça de bebês com tecido ou prendendo a cabeça deles entre dois pedaços de madeira. Apesar disso, o fato que tem intrigado os cientistas é que o crânio doado conta com um implante metálico.

O implante está fundido com os ossos originais do crânio. Além disso, existe um furo logo abaixo do metal. Provavelmente, o orifício foi aberto através de uma técnica conhecida como trepanação. O procedimento era relativamente comum no mundo antigo, sendo usado para aliviar a pressão no cérebro. As descobertas mais antigas com evidências de trepanação datam do ano de 6.000 a.C.

Museu de Osteologia

Mesmo assim, os pesquisadores tentam descobrir se o pedaço de metal foi realmente inserido no crânio há dois mil anos ou se tudo não passa de uma fraude. Caso fique comprovado que a amostra de metal é datada de muitos anos atrás e que foi colocada ali por nossos antecedentes, é possível inferir que povos da América do Sul eram capazes de efetuar cirurgias extremamente complexas. Esse feito se torna ainda mais significativo ao considerar que, na época, não havia tecnologias da forma como há hoje.

Teorias sobre o implante de metal

Em conversa com o portal de notícias LiveScience, o professor de antropologia da Universidade de Tulane, John Verano, afirmou que a teoria mais aceita até agora é de que a situação é, na verdade, uma fraude. Segundo ele, a placa de metal provavelmente foi colocada após o crânio ter sido encontrado, de maneira a aumentar seu valor.

“Eu tenho muitas dúvidas de que isso é autêntico de qualquer forma. Em poucas palavras, acredito que isso é algo fabricado para fazer com que a caveira fosse um colecionável com mais valor”, explicou Verano.

A professora de antropologia da Universidade da Califórnia, Danielle Kurin, concorda com a teoria do professor John. “Nunca vi nada assim antes. Com base nas fotos, parece que a peça de metal foi martelada”, afirmou.

Museu de Osteologia

Em 2010, o pesquisador publicou um estudo em que examinou crânios andinos que supostamente teriam implantes de metal, como este. As análises revelaram que as placas foram colocadas posteriormente ou eram parte de costumes religiosos adotados para o sepultamento. A pesquisa foi publicada na revista International Journal of Osteoarchaeology.

Por outro lado, existem profissionais que acreditam na veracidade do implante de metal recém-descoberto. Para eles, a crença geral é de que o crânio pertenceu a um guerreiro que sofreu um ferimento ao lado da cabeça, o que levou à cirurgia e implante. Kent Johnson, professor de antropologia da universidade SUNY Cortland, de Nova York, disse que o implante de metal pode ser autêntico, mas que serão necessárias análises mais detalhadas para comprovar a teoria.

O museu chegou a postar fotos do crânio misterioso nas redes sociais, mas as imagens não estão mais disponíveis. Um porta-voz da instituição explicou que a peça ainda não passou por testes de datação por carbono, que é uma forma de descobrir a idade exata da peça.

Fonte: History UOL

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