Todo mundo sabe que os humanos modernos são uma mistura de diversos outros hominídeos, que viveram antes de nós: os nosso ancestrais. Segundo a história, os primeiros humanos modernos começaram a emergir na África e se espalharam por toda a Eurásia. Lá, eles se depararam com vários hominídeos mais antigos, tais como os neandertais e os denisovanos.
No entanto, algumas descobertas podem mudar o rumo da história ou do se pensava anteriormente. Como por exemplo, esse crânio misterioso que foi descoberto em 1933 próximo da cidade de Harbin, na província de Heilongjiang, no nordeste da China.
Por mais que o crânio estivesse quase perfeitamente preservado, com suas sobrancelhas grossas e dentes grandes, os pesquisadores não conseguiram descobrir o que ele era exatamente.
Isso porque o crânio é bem maior do que o do Homo sapiens e outras espécies humanas. Mas o tamanho do seu cérebro é parecido com o da nossa espécie. E os acontecimentos históricos deixaram esse crânio sem um lugar de origem ou data. E ele estava sem até os dias de hoje.
Descoberta
Agora, uma equipe formada por pesquisadores hineses, australianos e britânicos, conseguiu resolver essa questão. O crânio pertence a uma espécie humana extinta que até então era desconhecida. De acordo com o que sugere a pesquisa publicada, esse é o nosso parente mais próximo na árvore genealógica humana.
Chamado de Homo longi, ele leva o nome da província onde foi encontrado. É acreditado que esse crânio tenha sido de um homem de 50 anos. Essa identificação foi baseada na análise química de sedimentos presos dentro dele.
Isso confirmou que ele veio da parte superior da formação rochosa de Huangshan, perto da cidade de Harbin. A formação foi datada como sendo do período Pleistoceno Médio, que foi entre 125.000 a 800.000 anos atrás. E segundo a datação em série de urânio, que usa a taxa conhecida de decomposição de átomos de urânio radioativos em uma amostra para calcular a idade, o crânio tem, pelo menos, 146 mil anos.
Por conta desse período que ele é, o Homo longi pode pegar o lugar entre um número cada vez maior de espécies de hominídeos na África, Europa e Ásia.
Árvore genealógica
Uma das coisas mais difíceis de se fazer no estudo da evolução humana é determinar a relação histórica entre as espécies fósseis. A compreensão da relação entre as primeiras populações de humanos foi transformada, nos últimos anos, pela análise de DNA.
No entanto, ter um DNA de hominídeos fósseis do Pleistoceno Médio que sobrevive é bem raro. Até porque ele tende a se degradar com o tempo. Por conta disso, relacionamentos evolutivos devem ser determinados usando outras técnicas. Normalmente isso é feito com dados sobre a forma dos fósseis, sua idade e localização geográfica.
No caso desse crânio, a equipe de Harbin fez uma árvore genealógica de linhagsn humanas para descobrir como a espécie se relaciona com os humanos modernos. A árvore montada por eles se baseia em dados morfológicos de 95 espécies fósseis, em grande parte, completos de diferentes espécies de hominídeos que viveram no Pleistoceno Médio. Como por exemplo, o Homo erectus, Homo neanderthalensis, Homo heidelbergensis e Homo sapiens junto com suas idades conhecidas.
Observações
Essa árvore sugere também que cinco fósseis, até então, não identificados no nordeste da China pertencem também ao Homo longi.
Essa árvore prevê que o ancestral comum do Homo longi e Homo sapiens viveu há cerca de 950 mil anos. Até então, os neandertais eram considerados os nossos parentes mais próximos. Mas essa nova descoberta os empurra para um passo além e faz com que as comparações simples entre as duas espécies sejam bem menos importantes para compreender o que nós humanos somos