Nuvem de poeira radioativa do Saara carrega herança da Guerra Fria

Avatar for Bruno DiasBruno DiasCuriosidadesfevereiro 3, 2025

deserto do Saara é uma região adorada pelos estudiosos de História. Sua área ocupa, aproximadamente, 56 milhões de metros quadrados que se estendem por cinco mil quilômetros, em 10 países e um continente inteiro. O que muitos não sabem é que ele traz heranças da época da Guerra Fria porque, de tempos em tempos, o Saara é afetado por uma tempestade de areia que leva uma nuvem de poeira radioativa para a Europa.

De acordo com um estudo feito pelo Laboratório de Ciências do Clima e Meio Ambiente da França, em 2022, houve uma quantidade considerável de isótopos radioativos na poeira que foi trazida depois de uma tempestade que tinha acontecido no Saara.

Os cientistas foram buscar a origem da radiação, dessa nuvem de poeira do Saara, que pensavam vir dos isótopos gerados em testes nucleares feitos na época da Guerra Fria, pela França, entre 1960 e 1966.

Por mais que o Saara seja praticamente despovoado, na época da guerra milhares de habitantes locais e soldados franceses foram expostos à radiação. O pior cenário estimado é que até 60 mil argelinos foram impactados pelas explosões. Mesmo assim os cientistas, ainda, se surpreendem com a origem e os lugares que essa radiação pode atingir.

Nuvem de poeira radioativa do Saara

Olhar digital

Na década de 1960, a França fez testes no deserto, mas a poeira radioativa que chegou à Europa tem radiação de testes feitos pelos Estados Unidos e pela União Soviética.

“Isso ocorre porque o poder de detonação dos testes franceses é de apenas 0,02 por cento do poder total de detonação da URSS e dos EUA, entre 1950 e 1970. Muitos dos testes de armas nucleares da URSS e dos EUA foram realizados na mesma latitude do sul da Argélia e os destroços podem atingir 8.000 metros de altura e ser dispersos pelo vento muito rapidamente em nível global”, disse Yangjunjie Xu-Yang , principal autor do estudo do Laboratório de Ciências do Clima e Meio Ambiente na França.

Outro ponto visto pelos cientistas é que os níveis de plutônio não eram correspondentes às baixas razões isotópicas (abaixo de 0,07) dos testes nucleares feitos pela França. Na realidade, a estimativa era que eles fossem de 0,187, o que vai de encontro com as assinaturas de testes dos EUA e da União Soviética.

Mesmo que uma nuvem de poeira radioativa do Saara pareça ser, extremamente, ameaçadora e preocupante, a quantidade de radiação é bem insignificante por estar abaixo dos limites estabelecidos pela União Europeia. Por conta disso ela não é uma ameaça para os humanos. “Com base em minhas descobertas, o risco é insignificante”, finalizou Xu-Yang.

Fonte: Olhar digital 

Imagens: Olhar digital 

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