O deserto do Saara é uma região adorada pelos estudiosos de História. Dos livros aos filmes, o lugar é cenário de várias histórias empolgantes. Mas, na realidade, o local é um dos mais hostis e menos hospitaleiros do mundo. A área desértica toma cerca de 56 milhões de metros quadrados, que se estendem por cinco mil quilômetros em 10 países e um continente inteiro. Por conta disso, quase ninguém espera que o Saara esteja ficando mais verde.
De acordo com os cientistas, o fenômeno do crescimento da vegetação, chamado de “esverdeamento”, acontece ao longo dos milênios e tem períodos de maior e menor crescimento. Agora, um novo estudo mostrou as consequências que isso tem para o planeta.
Na primeira metade do holoceno, entre 5 mil e 11 mil anos atrás, aconteceu um dos momentos de expansão da flora do Saara. Isso aconteceu porque o aumento da radiação solar durante o verão boreal, entre junho e agosto, acabou provocando mudanças na sazonalidade nos trópicos e nas latitudes médias e altas.
Saara mais verde
Por conta disso, as monções no hemisfério norte ficaram mais fortes e isso teve um papel importante no aumento da umidade na África. E com essas condições ficou mais propício para que o Saara ficasse mais verde com arbustos perenes crescendo nele.
Um novo estudo usou as simulações de modelos climáticos como uma forma de reconstruir o impacto do Saara ficando mais verde nas latitudes médias durante o Holoceno médio.
Como conclusão, ele mostrou que o “esverdeamento” pode causar um impacto no ano todo e na circulação atmosférica no hemisfério norte. Isso quer dizer que o tempo irá ficar mais quente e seco na Escandinávia e na América do Norte. Já na Europa Ocidental, o previsto são invernos mais frios e verões mais quentes. Na Europa Central irá ser visto um aquecimento geral, mais frio e chuva no Mediterrâneo, e na Ásia Central os invernos serão mais quentes e verões mais frios.
Outra coisa vista no estudo foi que uma mudança na Oscilação do Atlântico Norte. Por conta dela, mudanças na pressão do nível do mar na sua superfície fazem com que apareçam padrões modificados de temperatura e precipitação em continentes próximos.
Fonte: Olhar digital
Imagens: BBC