Ciência e Tecnologia

O planeta que tem dias e noites infinitos

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Pode parecer estranho, mas existe (longe de nós) um exoplaneta em que o sol nunca se põe. Não o nosso Sol, mas sim a estrela orbitada pelo TOI 700d. Esse exoplaneta é quase do tamanho da Terra, mas orbita uma estrela anã chamada TOI 700 na constelação Dorado, a 101,5 anos-luz da Terra. O planeta leva 37 dias para completar uma volta ao redor da TOI 700. Em uma face dele sempre é dia, enquanto na outra é sempre noite.

Ele é o primeiro planeta descoberto pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), que é o satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito da NASA. Ele foi criado especificamente para identificar exoplanetas do tamanho da Terra. Assim como a Lua, o planeta sofre de travamento gravitacional, ou seja, ele não gira em torno de si mesmo, apenas ao redor da sua estrela, fazendo apenas movimento de translação. Ou seja, o planeta não tem movimento de rotação.

Outra curiosidade a respeito do TOI 700 d é que os cientistas especulam a possibilidade de haver vida no exoplaneta e, também, a chance de um dia habitá-lo com as formas de vida existentes na Terra. Isso porque as condições existentes nele são próximas às do nosso planeta, exceto pelo fato da estrela anã ter apenas 40% da massa e tamanho do nosso Sol e apenas metade da temperatura. 

A descoberta 

A descoberta é muito importante, considerando que o exoplaneta é um dos poucos encontrados fora de nosso sistema solar que tem tamanho similar ao da Terra. Geralmente, os planetas encontrados são muito maiores.

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No total, esse sistema possui três planetas: TOI 700 b e TOI 700 c. O primeiro leva 10 dias para completar uma volta e o segundo, 16. TOI 700 b, provavelmente é rochoso e menor que a Terra, enquanto que o seu irmão é gasoso e 2,6 vezes maior que o nosso planeta. Todos eles têm uma face onde sempre é dia e a outra sempre é noite. 

Inicialmente, a estrela havia sido classificada de maneira incorreta na base de dados da NASA. Ela constava como mais parecida com o Sol, o que significa que seus planetas pareciam maiores e mais quentes do que realmente são. Contudo, pesquisadores identificaram o erro, reclassificaram a estrela e, portanto, tiveram de avaliar seus planetas novamente. Foi aí que se percebeu que o TOI 700 d é do tamanho da Terra e está em zona habitável.

Possibilidades de vida no TOI 700 d

Pesquisadores do Goddard Space Flight Center da NASA imaginaram cerca de 20 ambientes que podem ser característicos do TOI 700 d. Os ambientes foram representados em modelos 3D para, assim, avaliar se é possível a vida como a conhecemos prosperar em sua superfície.

Os modelos levaram em consideração um fenômeno conhecido como travamento gravitacional por forças de maré (em inglês, tidal locking), em que um corpo preso ao outro faz com que o primeiro sempre mostre a mesma face. Na Terra, isso acontece com a Lua.

Esses modelos consideraram diversos tipos de superfície possíveis, bem como composições atmosféricas tipicamente associadas a mundos potencialmente habitáveis. Uma das simulações revelou um planeta coberto por um oceano, ele conta com uma atmosfera densa dominada por dióxido de carbono, algo semelhante ao que se suspeita ter sido Marte no passado. Já outra simulação mostra um TOI 700d como uma versão parecida com a Terra moderna. 

O TOI 700d está a uma distância intermediária de sua estrela, o que pode ser um indicativo de água em estado líquido. Além disso, em 11 meses de dados, os pesquisadores responsáveis pelo estudo do planeta não encontraram nenhum indício de explosão da estrela orbitada pelo TOI 700d, o que aumenta as chances dele ser habitável e facilita a modelagem de suas condições atmosféricas e de superfície. Sendo assim, embora a possibilidade do planeta ser habitável ainda não tenha sido confirmada, as chances são reais. 

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