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O que deu errado com os millennials?

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O embate entre gerações é algo que vem ganhando destaque, ainda mais que a geração Z tem sido bastante ativa nas discussões. Mas os millennials estão falando há um bom tempo e é hora de escutar.

A primeira geração a ter computadores pessoais, smartphones, internet e um fluxo em escala global de informações foram eles, os millennials. Por conta de uma série de fatores como os citados, essas pessoas, que variam de 26 a 40 anos, aproximadamente, tinham grandes expectativas sobre si.

Assim, tiveram mais anos de educação em comparação com seus pais, são um grupo mais socialmente diverso e seus sonhos incluem prosperidade e impacto global, diferente de gerações que vieram antes. Dessa forma, nas outras gerações, o foco era mais para uma vida construída rapidamente, com um emprego simples que duraria até a aposentadoria e que sustentaria sua família perfeita de 2 filhos e um cachorro.

No entanto, pesquisas apontam que os millennials são mais propensos a ter dívidas em comparação aos seus antepassados. Também, levam mais tempo, em média, para sair da casa dos pais ou para atingir os marcos tradicionais da vida adulta, como comprar um imóvel ou carro.

Sendo assim, essa quebra de expectativas fez com que a geração de tornasse alvo de piadas sobre “fracasso” ou “preguiça”. Além disso, os millennials também estão recebendo reprovação por parte da geração Z, que é a que segue.

Logo, boa parte dos comentários sobre os millennials é vergonhosa. Então, o que deu errado com os millennials? Será que houve um fracasso generalizado? Especialistas defendem que a geração não tem culpa e que o que deveria levar a responsabilidade é a situação econômica.

Millennials

Reprodução

Culpe a economia

“A geração millennial virou adulta nos primórdios dos smartphones e da conectividade. Então, de alguma forma, estava no lugar certo e na hora certa para desenvolver grandes ideias sobre seu papel no mundo”, explica Jason Dorsey, especialista em perfis de millennials e presidente da empresa americana Center for Generational Kinetics, que pesquisa hábitos globais de millennials e da geração Z, à BBC News Brasil .

“Seus pais lhes disseram que seriam bem-sucedidos, eles tiveram amplo acesso à educação, em comparação com gerações anteriores, e havia um grande senso de conexão e de causar impacto.”

Contudo, essa geração teve que enfrentar grandes recessões durante sua vida, como a que atingiu o mundo após a crise financeira de 2008 e 2009. Dessa maneira, no Brasil, tiveram a contração econômica que começou em 2014 e se agravou na pandemia do Covid-19.

“De muitas formas, os millennials estavam posicionados a serem muito bem-sucedidos – ou pelo menos foi o que disseram a eles. A realidade é que muitos millennials se chocaram com uma algum tipo de grande recessão, com demissões em massa, inflação, estagnação salarial, aumento no custo de vida”, adicionou Jason Dorsey.

Millennials: geração azarada

Nos Estados Unidos, o jornal The Washington Post denominou a geração millennial como “a mais azarada da história dos Estados Unidos”.

“Levando-se em conta a crise atual (da pandemia de covid-19), o millennial, em média, vivenciou crescimento econômico mais lento desde sua entrada no mercado de trabalho do que qualquer outra geração na história do país”, destacou a reportagem.

“Os millennials levarão as cicatrizes econômicas disso para o resto de sua vida, na forma de rendimentos salariais mais baixos, prosperidade menor e marcos de vida adiados, como a aquisição de casas”.

No Brasil, o banco Itaú BBA conduziu uma pesquisa em que ressaltaram que a geração já compunha a maior parcela da população brasileira, totalizando em 34%. Já no mercado de trabalho, são 50%.

Além disso, foram criados de maneira a acreditar que poderiam mudar o mundo, tendo 23% com o ensino superior completo e metade tendo concluído o ensino médio ou cursando a universidade.

Desemprego

Porém, a alta taxa de emprego logo bateu em suas portas, principalmente nas portas dos millennials mais jovens. “Millennials se tornaram adultos com um tipo de contrato empregado-empregador muito diferente em relação ao da geração anterior”, explica Jason Dorsey.

“Nossas pesquisas mostram que eles não tinham expectativa de trabalhar em uma só empresa a vida toda, nem de ter o mesmo empregador para o resto da vida. (…) Então há uma sensação de empolgação e liberdade, a ideia de que ‘posso criar minha própria carreira’. Mas ao mesmo tempo há a desvantagem: os empregadores podem não oferecer os mesmos benefícios de antes em seguridade, plano de saúde, etc. A responsabilidade disso acaba passando do empregador para o millennial. Em alguns casos isso funcionou bem; em outros, não”, diz ele.

“O mesmo acontece com a economia compartilhada. A ideia de que ‘posso usar meu carro quando quiser para transportar pessoas’ me dá grande flexibilidade, mas será que esse trabalho não vai me impedir de ter um emprego mais formal? Será que isso não vai acabar eliminando outros empregos formais? Não tenho respostas, mas são inovações que têm lados positivos e negativos, e os negativos impactam de modo desproporcional uma geração mais do que outra.”

Fonte: BBC

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