Ciência e Tecnologia

O que é a ”supremacia quântica” que o Google diz ter alcançado

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Há algum tempo, estamos ouvindo falar sobre os computadores quânticos. Em suma, estes dispositivos, ao menos em teoria, prometem fazer com que nossa relação com a computação se altere muito. Do mesmo modo, com a física quântica, que tende a mudar completamente. No entanto, todos os benefícios da computação quântica, até agora, permaneciam apenas teorias. Entretanto, o Departamento de Inteligência Artificial do Google fez um anúncio que pode vir a mudar isso para sempre. De acordo com a companhia estadunidense, eles desenvolveram o primeiro computador quântico. O invento é capaz de alcançar o que foi chamado de “supremacia quântica”. Isso, ao superar o desempenho de supercomputadores clássicos.

O processador quântico da gigante de Mountain View, que foi chamado de Sycamore, conseguiu executar em pouco mais de 3 minutos um tarefa que até mesmo os melhores computadores levariam milhares de anos para concluir. No entanto, a empresa de tecnologia foi questionada pela IBM, que tem desenvolvido computadores quânticos, sobre alguns dados divulgados por eles.

Cientistas, engenheiros e físicos vêm trabalhando nesse tecnologia há algumas décadas. Em computadores clássicos, a unidade de informação é chamada de bit e eles são representados por um valor de 1 ou 0. No sistema quântico, o qubit, que seria o equivalente ao bit, pode assumir o valor de 1 e 0 ao mesmo tempo.

Isso, por si só, já representa um grande avanço, uma vez que vários cálculos poderiam ser realizados simultaneamente. Com esses dispositivos, os especialistas esperam  poder ajudar na descoberta de novos medicamentos, por exemplo. Bem como encontrar a cura de doenças e até mesmo desvendar sistemas criptografados.

No entanto, cientistas enfrentam uma grande dificuldade no desenvolvidos de dispositivos com qubits suficientes. O Sycamore do Google tem 54 qubits. Entretanto, um deles não funcionou. Portanto, nos testes, ele trabalhou utilizando 53 deles.

Sycamore

Em suma, os testes foram publicados em um artigo, na revista científica Nature. De acordo com o artigo, os cientistas do Google apresentaram ao Sycamore, um problema no qual ele deveria verificar padrões em um conjunto de números aleatórios. Posteriormente, a tarefa foi concluída por ele em 200 segundos.

De acordo com os pesquisadores, o Summit, o computador mais poderoso do mundo precisaria de 10 mil anos para obter o mesmo resultado. Nesse interím, a IBM questionou os resultados anunciados pelo Google.

“Argumentamos que uma simulação ideal da mesma tarefa poderia ser realizada em um sistema clássico em 2,5 dias e com uma fidelidade muito maior”, escreveram os pesquisadores da IBM, Edwin Pednault, John Gunnels e Jay Gambetta, no blog da companhia. “Essa é, na verdade, uma estimativa conservadora para o cenário mais pessimista, e esperamos que, com melhorias adicionais, o custo base da simulação possa ser reduzido ainda mais”.

Realidade

Além do mais, os pesquisadores ainda questionaram a definição de “supremacia quântica” utilizada pelo Google. “Primeiro porque, em sua definição mais estrita, o objetivo não foi atingido. Mas, sobretudo, porque os computadores quânticos nunca vão reinar ‘supremos’ sobre os computadores clássicos, eles vão trabalhar juntos, já que cada um tem seus pontos fortes únicos”.

Por outro lado, o professor da University College London, Jonathan Oppenheim, avalia que ainda estamos longe de termos um computador quântico de verdade. “É um dispositivo impressionante e, sem dúvida, um marco impressionante. Ainda estamos a décadas de um computador quântico real capaz de resolver problemas em que estamos interessados”, afirmou o professor.

“É um teste interessante, mostra que eles têm bastante controle sobre o dispositivo e baixas taxas de erro. Mas não chega nem perto do tipo de precisão que precisaríamos para ter um computador quântico em escala real”.

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