Ciência e Tecnologia

Pesquisa revela efeitos ainda mais graves do asteroide que causou a extinção dos dinossauros

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Os efeitos do asteroide que matou e extinguiu os dinossauros da Terra são avaliados ainda hoje, mesmo que 66 milhões de anos tenham se passado. Um estudo liderado pela Syracuse University (Estados Unidos) indicou que o impacto do asteroide causou uma mudança climática ainda mais severa do que se pensava. O enxofre, liberado após a colisão, teria resfriado o planeta e produzido uma chuva ácida letal por milhares de anos.

Como ocorreu a colisão e a extinção dos dinossauros?

Há 66 milhões de anos, um enorme asteroide atingiu a Terra, liberando enormes quantidades de enxofre para a atmosfera. O asteroide que matou os dinossauros bateu no pior ponto possível do globo e no ângulo mais mortal que poderia ter caído. O asteroide Chicxulub colidiu com a Terra na Península de Iucatã, atual México, desencadeando um inverno forçado que extinguiu 75% das espécies da Terra.

Uma nova pesquisa publicada na Scientific Reports mostra que, para as plantas e animais do Período Cretáceo que vivem no que é hoje o interior do oeste dos Estados Unidos, o início desse inverno induzido pelo asteroide ocorreu durante o final da primavera. Saber a estação em que o asteroide que matou os dinossauros bateu na Terra pode não parecer grande coisa, mas o novo estudo aprofunda o entendimento acerca desse evento e como ele pode afetar os sistemas biológicos, tanto localmente quanto em escala global.

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Revista Planeta

“A época do ano tem um papel importante em muitas funções biológicas, como reprodução, estratégias de alimentação, interação entre parasita e hospedeiro, dormência sazonal e padrões de reprodução”, explicou em comunicado Robert DePalma, autor sênior do estudo e pesquisador da Universidade Atlântica da Flórida, nos Estados Unidos.

“Portanto, não é surpresa que a época do ano desempenhe um grande papel na hora de explicar como um asteroide que apresentou risco em escala global possa ter impactado a vida”, completou o pesquisador. Segundo a pesquisa, a morte em massa de animais e plantas “teria sido especialmente desastrosa para espécies que levavam muitos anos para atingir a idade reprodutiva ou se reproduziam apenas em condições ideais”.

Enquanto isso, o início rápido de um inverno, causado pela grande quantidade de detritos na atmosfera, teria tornado a vida particularmente difícil em ecossistemas sensíveis às mudanças sazonais. Ou seja, a colisão do asteroide no fim da primavera gerou ainda mais prejuízos à vida terrestre.

Novas descobertas sobre os efeitos do asteroide

O novo estudo, conduzido pela Syracuse University, indicou que o volume de enxofre liberado foi bem maior do que o estimado por trabalhos anteriores. Consequentemente, os efeitos sobre o clima global também foram mais duradouros. Uma vez na atmosfera, uma grande nuvem de gases com enxofre bloqueou a entrada dos raios solares, resfriando o clima por décadas e até mesmo séculos.

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SoCientífica

Um efeito secundário foi uma chuva ácida letal, responsável por modificar a química dos oceanos por milhares de anos, conforme aponta a pesquisa. A descoberta de que o enxofre continuou a cair sobre a superfície por um longo período explicaria o motivo pelo qual a vida levou tanto tempo para se recuperar, especialmente entre os organismos que habitavam os oceanos, já que parte desse enxofre se concentrou neles.

Inicialmente, os pesquisadores planejavam estudar apenas a química de conchas antigas no Rio Brazos, no Texas, região submersa durante a extinção do final do Cretáceo (quando os dinossauros começaram a morrer). Esse material teria relação com o abalo do enorme asteroide.

A 10 km do Rio Brazos, fica a cratera Chicxulub, na Península de Yucatán, no México, onde o asteroide de 10 km de largura atingiu a Terra há 66 milhões de anos. Partindo disso, a equipe de pesquisadores também decidiu coletar amostras da cratera, submetendo o material a análises.

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A equipe analisou os diferentes isótopos de enxofre, que são variações do elemento com números diferentes de nêutrons em seus núcleos, e observou um sinal incomum. Tais isótopos sofreram mudanças inesperadas em suas massas, algo que ocorre quando o enxofre alcança a atmosfera e reage com os raios solares.

James Witts, coautor do estudo, explica que encontrar esses sinais nas conchas coletadas na região do impacto sugere que muito enxofre foi lançado para a atmosfera após a colisão. “E isso, é claro, tem uma enorme implicação para as mudanças climáticas relacionadas ao impacto”, ressalta Witts. A pesquisa foi relatada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Fontes: Canal Tech e Gizmodo

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