Ciência Bizarra: Pesquisadores incubam larvas de mosca na própria pele

Já ouviu aquela expressão “tudo em nome da ciência”? Alguns pesquisadores não apenas ouviram como levaram a sério demais. Os pesquisadores Piotr Naskrecki e Gil Wizen do Museu de Zoologia comparativa da Universidade de Harvard fizeram uma viagem para Belize, na América Central, e foram infectados por Bernes, pequenas larvas transmitidas por moscas.

Quando voltaram para os Estados Unidos, ao invés de se livrarem dos parasitas, os pesquisadores resolveram incubá-los no próprio corpo, para entender como funcionava o ciclo de vida das larvas. A experiência científica foi realizada com larvas da mosca da família Oestridae. As moscas da espécie botam ovos sobre a pele de hospedeiros, no caso mamíferos, e as larvas se instalam na carne ou nas vísceras deles.

Como as larvas são objetos estranhos no organismo, o sistema imunológico libera leucócitos para combatê-las, mas os parasitas se alimentam justamente dessas células. Dessa maneira, eles ficam protegidos pela pele e têm sempre alimento suficiente para sobreviver. Em apenas dez dias, os filhotes de mosca podem passar de um tamanho minúsculo para o tamanho de um grão de feijão.

A retirada das larvas da pele não é um procedimento difícil, mas os cientistas resolveram deixá-las crescer e acompanhar o desenvolvimento. Desde a infecção até a hora da pupa, quando as larvas já estão prontas para se transformarem em moscas, se passaram dois meses. O tempo que as larvas precisaram para se transformar em moscas, a partir do momento em que deixaram o corpo dos cientistas hospedeiros foi apenas de 40 minutos.

Segundo os dois pesquisadores o processo não foi doloroso, pois as larvas produzem substâncias analgésicas. O ferimento deixado na pela também não foi um grande problema, em apenas 48 horas eles se cicatrizaram. As larvas não deixam cicatrizes e nem transmitem doenças, mesmo assim incubá-las no próprio corpo pode ser uma experiência um pouco desagradável. Prepare o estômago e assista ao vídeo: