Ciência e Tecnologia

Pesquisadores pretender descobrir como os vírus afetam os astronautas no espaço

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Mesmo com o avanço científico e tecnológico e com todos os estudos a respeito da exploração espacial, alguns tópicos ainda permanecem sem explicação para os cientistas. Não é novidade que a saúde humana dos astronautas que permanecem longos períodos fora da Terra é um assunto preocupante entre pesquisadores. Agora, eles pretendem entender, também, o comportamento dos vírus no espaço e como isso pode afetar os humanos que viajam para fora do nosso planeta.

Em um artigo publicado na versão online da revista Astrobiology, pesquisadores do Instituto de Medicina Aeroespacial do Centro Aeroespacial Alemão exploraram a virologia em habitats espaciais. A principal intenção de ampliar a compreensão acerca de microorganismos no espaço (e o que eles podem causar ao corpo humano) é perceber a que os astronautas poderão estar expostos quando a exploração a Marte for iniciada, já que esse é um projeto cada vez mais real.

vírus

Pixabay

“Se um pequeno vírus novo pode iniciar algo como a pandemia da Covid-19 na Terra, imagine como seria em uma estação espacial”, disse o principal autor do estudo, Bruno Pavletić, em entrevista ao site Space.com. Pavletić é pesquisador de microbiologia espacial do Centro Aeroespacial Alemão. 

Para a realização do estudo publicado na Astrobiology, o primeiro passo da equipe foi analisar dados de pesquisas anteriores sobre a abundância e diversidade de vírus em ambientes espaciais, especialmente um estudo publicado na revista Nature Communications em 2019. A pesquisa em questão analisou a presença e a ação de vírus a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).

Nessa abordagem, os pesquisadores usaram informações coletadas por cotonetes de superfícies no laboratório orbital para sequenciar genomas virais e identificar diferentes vírus. Cerca de 95% dos vírus encontrados eram os chamados bacteriófagos, que são vírus que infectam bactérias. Outros 1% eram vírus que infectam plantas ou algas, ou vírus não identificáveis.

No entanto, os 4% restantes eram vírus humanos ou animais, incluindo: papilomavírus, que podem causar verrugas; herpesvírus, que podem causar feridas na pele, bem como doenças como varicela e mononucleose; e adenovírus, que causam uma ampla gama de doenças, incluindo o resfriado comum.

Vírus reativados no espaço

Segundo o pesquisador Pavletić, as descobertas mostram que, apesar dos procedimentos de quarentena que hoje em dia são exigidos pelas agências espaciais antes dos lançamentos tripulados, os patógenos ainda chegam ao espaço sideral. “Queríamos enfatizar, antes de tudo, que os vírus podem chegar lá”, disse ele.

Pixabay

Os pesquisadores também exploraram como o ambiente espacial poderia afetar os vírus e seus hospedeiros humanos. Pesquisas mostram, por exemplo, que alguns vírus que estão adormecidos dentro do corpo dos astronautas – o que significa que eles ainda estão presentes no corpo, mas não replicam ou causam sintomas – às vezes podem ser reativados no espaço. Os vírus reativados, seja no espaço ou na Terra, podem causar sintomas (embora não seja uma regra) e podem ser contagiosos, como é o caso da varicela.

Testes feitos em astronautas nos programas de ônibus espaciais e missões mais recentes da estação espacial mostram essa reativação de vírus. Em alguns casos, os astronautas tiveram erupções cutâneas oriundas de herpesvírus reativados.

Embora os cientistas não tenham certeza exatamente sobre o que causa essa reativação, os pesquisadores do estudo sugerem que pode haver relação com a exposição à radiação ultravioleta. Nos últimos tempos, essa radiação tem sido usada para reativar vírus em roedores e suprimir o sistema imunológico de humanos e outros animais.

A reativação do vírus também pode ser influenciada por fatores como diferenças de umidade e gravidade. Além disso, outras situações que os astronautas frequentemente experimentam no espaço podem contribuir para a atividade dos vírus, como a desidratação, a privação do sono e o estresse. “Não fomos projetados para estar no espaço”, disse a coautora do estudo Ana Nascimento, virologista do Centro Aeroespacial Alemão.

Fonte: Olhar Digital

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