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Pesquisadores querem desenvolver pílula com os mesmos benefícios dos exercícios físicos

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Os benefícios dos exercícios físicos para a saúde humana são inegáveis. No entanto, não são todas as pessoas que conseguem destinar um tempo às atividades físicas e, pensando nisso, pesquisadores pretendem encapsular os compostos liberados durante ou após a prática de exercícios.

Você já imaginou tomar alguns comprimidos e ter os benefícios equivalentes a cerca de uma hora de exercícios físicos? É exatamente essa a proposta. Dois dos mais recentes avanços foram feitos por pesquisadores americanos e australianos.

Universidade de Stanford

No primeiro deles, uma equipe da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriu uma pro­teí­na chamada “clusterina”. Esse composto anti-inflamatório é liberado em maiores quantidades quando nos exercitamos e ajuda a deixar a mente mais afiada (especialmente a memória).

Em testes realizados pelos cientistas, animais que se exercitam apresentaram níveis 20% mais altos de clusterina no sangue do que os sedentários. O trabalho foi publicado na prestigiosa revista científica Nature. Em outros experimentos, a clusterina foi capaz de reduzir a inflamação cerebral.

A longo prazo, a inflamação crônica pode aumentar o risco de doença de Alzheimer. Ainda não se sabe se a clusterina impulsiona o cérebro humano da mesma forma que o observado em animais, mas já se sabe que os níveis dessa proteína no sangue de pessoas também aumenta quando elas se exercitam. Se o benefício se comprovar, a expectativa é conseguir desenvolver medicamentos que imitam o efeito da clusterina.

Universidade Nacional Australiana

Em outro estudo, publicado na revista Clinical and Experimental Ophthalmology, pesquisadores da Universidade Nacional Australiana identificaram mensageiros químicos produzidos durante o exercício. Esses mensageiros contribuem para a redução do risco de degeneração macular relacionada à idade, que é a causa mais comum de perda severa de visão em adultos mais velhos.

exercícios físicos

Pixabay

Esses compostos incluem as proteínas IL-6, envolvida na inflamação, e BDNF, associado ao desenvolvimento e sobrevivência das células cerebrais. A partir dessa descoberta, os pesquisadores esperam produzir um medicamento que proporcione os benefícios naturais do exercício para pessoas muito idosas ou frágeis.

Dana-Farber Cancer Institute

Para além disso, existem equipes trabalhando em suplementos que oferecem outros benefícios do exercício, como perda de peso e ganho de massa muscular. Cientistas do Dana-Farber Cancer Institute, em Boston, identificaram um hormônio chamado “irisina”, que é liberado pelos músculos durante o exercício e pode ajudar na perda de peso.

exercícios físicos

Pixabay

Um estudo realizado com camundongos obesos mostrou que injeções do hormônio são capazes de converter gordura branca (a forma de armazenamento de energia responsável pela maior parte da gordura em nossos corpos) em gordura marrom, que queima calorias em vez de armazená-las. Outras pesquisas da mesma equipe associaram a irisina ao fortalecimento dos ossos, outro benefício do exercício.

Universidade de Michigan e de Southampton

Em 2020, pesquisadores da Universidade de Michigan descobriram que uma pro­teí­na chamada “sestrina”, gerada naturalmente pelos músculos quando eles são exigidos, está por trás de efeitos  como ganho muscular, queima de gordura e aumento da capacidade pulmonar.

Inspirado nos benefícios do exercício, uma equipe da Universidade de Southampton desenvolveu um composto químico capaz de desencadear a perda de peso e reduzir os níveis de açúcar no sangue.

Universidade do Estado da Luisiana

Pesquisadores da Universidade do Estado da Luisiana conseguiram induzir artificialmente muitos dos efeitos positivos do exercício isolando proteínas mensageiras da contração muscular e aplicando-as a diferentes tecidos e órgãos. A expectativa é que, no futuro, essas mesmas proteínas possam ser entregues na forma de uma pílula.

Pixabay

“Em essência, seremos capazes de ‘exercitar’ as pessoas sem que elas tenham que fazer o trabalho. Isso não seria revolucionário?”, disse Christopher Axelrod, diretor do Laboratório de Fisiologia Integrativa e Medicina Molecular da Universidade do Estado da Luisiana, em comunicado.

A maioria desses estudos ainda está em fase laboratorial, em células ou animais.  Ainda não se sabe se esses resultados irão se replicar em humanos nem quando uma dessas pílulas estará disponível no mercado. Mesmo assim, os pesquisadores estão esperançosos, principalmente se tratando dos benefícios que essas substâncias podem fornecer a idosos frágeis e pessoas que apresentem problemas de saúde ou dificuldades motoras que as impeçam de se movimentar.

As expectativas são altas e as pílulas representariam um incrível avanço na Medicina. No entanto, quando forem fornecidas, as pílulas não substituirão por completo os exercícios físicos, que são essenciais para a saúde do corpo humano.

Fonte: O Globo

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