Por 
Em 2009, um homem, identificado apenas como Peter Bergmann, foi encontrado morto em uma praia irlandesa. Até aí, nada demais, pessoas morrem em praias todos os dias. Porém, essa não era nem de longe uma morte comum. Hoje, dez anos depois, policiais, jornalistas e detetives de internet ainda estão tentando descobrir o que aconteceu com ele, e o principal, quem era ele? Já que ele fez um ótimo trabalho, apagando totalmente a sua vida antes de morrer.
O caso de Bergmann se tornou um dos maiores mistérios dos últimos tempos. Isso porque o homem apagou completamente o seu histórico, documentos, registros e qualquer coisa que remetesse a sua identidade. Inclusive, Peter Bergmann não era o seu nome. Ao que parece, ninguém o conhecia, e se não fosse pelas câmeras de segurança que o filmaram no final de semana em que ele morreu, provavelmente, esse homem seria uma pessoa que nunca existiu no mapa.
O caso
No dia 12 de junho de 2009, numa sexta-feira, um homem, aparentando ter uns 60 anos, desceu na estação de ônibus de Sligo, na Irlanda. Lá, ele pegou um táxi e foi para um hotel. Com um sotaque germânico, ele reservou um quarto para três noites, pagou em dinheiro e se registrou com o nome de Peter Bergmann.
No outro dia, ele saiu do hotel, carregando uma sacola roxa, como fez nos dias seguintes, como uma rotina. Ele sempre saia com essa sacola e voltava de mãos vazias. Nenhuma câmera de segurança da cidade inteira foi capaz de registrar onde o misterioso homem estava deixando o conteúdo da sacola. Ainda no sábado, o homem foi aos correios da cidade, comprou selos e postou cartas. O destinatário ninguém sabe.
No domingo, terceiro dia na cidade, ele saiu cedo e pegou um táxi. Ele pediu ao motorista que o levasse para a praia mais tranquila da região. E assim o taxista o fez, levando o homem para a praia Rosses Point. Pelo tempo em que passou na cidade, ele não se mostrou muito comunicativo, interagindo apenas quando necessário.
Na segunda-feira, pela manhã, ele fez o check out no hotel e saiu com uma mala de mão e uma sacola roxa. Foi até a rodoviária, entrou em uma cafeteria, pediu um cappuccino e um sanduíche. E então, foi de ônibus até a praia Rosses Point.
Na praia, algumas testemunhas disseram que viram o homem estranho, caminhando perto do mar. Ele passou o dia inteiro na praia. Segundo as pessoas que o viram naquele dia, ele estava com um semblante distante e triste. Talvez, porque aquele seria o seu último dia de vida.
Na manhã do dia 16 de junho, o homem misterioso foi encontrado morto na praia.
O mistério
Foi então, que começou um dos mistérios mais enigmáticos dos últimos anos. Ele foi encontrado apenas com a roupa do corpo e nada mais. Não havia com ele nenhum documento, mala, sacola, nada. Aparentemente, ele planejou tudo cuidadosamente, tanto que até cortou as etiquetas das roupas que estava usando.
A perícia decretou a causa da morte como afogamento, sem nenhum sinal de luta ou ferimento. O que chamou a atenção dos investigadores do caso foi o fato de que ele estava com câncer de próstata, em estágio avançado e com tumores nos ossos.
Com essa descoberta, algumas coisas começaram a fazer mais sentido. O homem teria ido para Sligo para morrer mas, antes disso, fez de tudo para apagar o seu passado e a sua identidade. O nome Peter Bergmann se mostrou falso, assim como o endereço na Áustria, que ele forneceu ao hotel que se hospedou.
Os policias acreditam que as sacolas roxas, com as quais ele saia todos os dias, eram a forma que ele encontrou para se livrar dos seus bens pessoais, como roupas e documentos. Esses que nunca foram encontrados.
A pergunta que está sem resposta, até hoje é: quem era aquele homem e o por que ele precisou apagar sua história e identidade, antes de morrer, ou se matar? Enfim, o mistério do homem, que apagou seu passado, continua.
Comentários