Mesmo que a quase todo instante se tenha notícias sobre algum golpe ou de suas vítimas falando sobre, pessoas ainda caem neles e são bastante prejudicadas. Até porque, quase na mesma velocidade em que as notícias saem, os criminosos inventam um golpe novo.
Felizmente, a polícia faz o seu trabalho e consegue descobrir alguns deles e quem está por trás. Por exemplo, nessa segunda-feira, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu seis membros de uma organização criminosa que é acusada de simular acidentes de carro para receber o dinheiro das indenizações das seguradoras.
Esse golpe já é feito há um tempo. Desde 2015, essa mesma organização simulou 12 acidentes destruindo 25 veículos, com isso, eles receberam aproximadamente dois milhões de reais em indenizações. Segundo a polícia, esses acidentes falsos aconteceram em Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicentes Pires e Brasília.
Como agiam
De acordo com a polícia, os criminosos tinham uma forma de atuar para aplicar o golpe.
Primeiro, os membros da organização compravam carros importados usados e que tinham uma comercialização difícil, sendo alguns deles avariados.
Depois de consertá-los, os carros eram segurados tendo seu valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe. Isso dava um valor bem mais alto do que o preço de compra e conserto.
Para que o mercado segurador não se desse conta do golpe e que existiam vínculos criminosos a ele, os membros da organização se revezavam como os donos dos carros, contratante do seguro, condutor, terceira pessoa envolvida no acidente e recebedor da indenização.
Também como forma de dificultar as investigações, os criminosos faziam os registros das ocorrências dos acidentes na Delegacia Eletrônica, evitando assim o questionamento da polícia judiciária a respeito do sinistro.
Ao final, eles recebiam o valor da indenização do seguro com a tabela Fipe de base.
Golpe
Como dito, os golpes estão sempre sendo renovados. E no que diz respeito a carros, existe um outro que é sempre bom ficar atento: o chamado golpe do manobrista.
De acordo com o alerta das mensagens que circulam nas redes sociais, os bandidos estão clonando controles de garagem e usando os documentos que são deixados no porta-luvas para conseguir descobrir onde o dono do veículo mora para depois irem assaltá-lo.
Segundo um relato dado ao UOL, é dito que os manobristas acham o controle do portão dentro do carro, o substituem por um clone e também procuram por documentos que possam mostrar o endereço do dono do carro. Dessa forma, eles conseguem roubar as casas posteriormente. Esse é o que está sendo chamado de “golpe do manobrista”.
“Parei meu carro em um valet, num bar no Itaim (SP) e eu tenho o hábito de deixar o controle da minha garagem dentro dele. O pessoal do valet trocou o controle por um igualzinho, só que não era do meu prédio. E eu também tinha o péssimo hábito de deixar, dentro do manual do proprietário, que ficava no porta-luvas, a nota fiscal de todas as revisões que eu fazia. E essas notas têm o meu endereço. Com o controle e o meu endereço, entraram no meu prédio. Por sorte não levaram nada”, disse uma vítima.
O que chama a atenção nesse golpe é o fato de que quando a pessoa deixa qualquer bem sob os cuidados de outro, é inevitável que o dono se coloque em uma posição de vulnerabilidade. Isso é mais verdade ainda quando o assunto é carro, já que algumas pessoas o fazem como uma extensão de casa.
“Relatos assim são sempre importantes como alerta. Entretanto, destaco que a forma como casos costumam ser propagados, a exemplo deste, e especialmente em grupos, merecem análise cautelosa, na tentativa de identificar e entender a realidade. Não podemos generalizar e, tampouco, afirmar que, hoje em dia, seja comum a formação de quadrilha entre manobristas”, disse Fábio Henriques, agente e instrutor da Polícia Federal.
Assim como qualquer outro golpe, existem maneiras de se precaver para que não se caia nele, como por exemplo, evitar deixar bens e informações pessoais à disposição de qualquer pessoa que entre no carro. Também ficar atento quanto à procedência, seriedade e autenticidade dos serviços do valet, até porque, existem serviços falsos.
E mesmo que de acordo com a lei “a empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento”, juntar provas nesses casos é algo bem complicado.
Outro cuidado a ser tomado é que se tire fotos daqueles bens que não podem ser retirados do carro antes de ele ser entregue para os prestadores de serviço.
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