Natureza

Por que é preocupante estorninhos no Brasil

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A chegada dos estorninhos (Sturnus vulgaris) ao Brasil é algo que vem sendo estudado pelos especialistas. Os pássaros que estão no Sul do país são considerados uma praga. Além disso, sua revoada pode chegar a 750 mil indivíduos. Eles já são conhecidos por causarem danos agrícolas a lavouras e pomares.

As aves dessa espécie estão localizadas na Europa, Ásia e Norte da África. Outro local que o estorninhos está presente é nos EUA, no local, eles são considerados uma praga, com cerca de 200 milhões de indivíduos. Os agricultores locais do país lutam para se livrar da dor de cabeça.

Considerados agressivos e vorazes, os estorninhos comem de tudo, mas preferem ficar perto das fazendas. Nos locais, eles transmitem doenças e modificam habitats naturais. Além dessas características, os pássaros conseguem imitar sons complexos, como os da fala humana.

Estorninhos chegaram por fronteira do Rio Grande do Sul

Getty Images

Os estorninhos chegaram ao país pelo Uruguai, que já foi invadido pelos pássaros. Nesse país, a espécie veio da Argentina, que foi invadida pelas aves em 1980.

Na Argentina, as aves se adaptaram e se espalharam pelo entorno de Buenos Aires. Após isso, chegou às fronteiras e invadiu o Uruguai.

Devido ao fato dos estorninhos serem “comilões”, agricultores de locais invadidos pela ave precisam contratar serviços especializados para controles de pragas. Com isso, objetivam salvar suas lavouras.

O biólogo e biomédico Carlos Peçanha, presidente da Feprag (Federação das Associações de Empresas de Controle de Vetores e Pragas), disse ao UOL que a multinacional, em que ele é diretor técnico, já teve contato com diversos produtores que estão preocupados.

“Recebemos diversas chamadas de agricultores, principalmente nos EUA, nos pedindo para combater às invasões nas lavouras”, disse ele ao UOL. 

É possível apontar que o primeiro registro de estorninhos no Brasil aconteceu em 2014, em Lavras do Sul. Agora, em 2021, a espécie pode ser encontrada em outras quatro cidades do estado do Rio Grande do Sul, como em Aceguá, Bagé, Chuí e Santa Vitória do Palmar.

Além dos danos agrícolas, os estorninhos competem com animais nativos na busca por alimentos e locais para criar ninho

Fisicamente, a ave possui 21,5 centímetros de comprimento, pesando entre 70 e 100 gramas, e tem plumagem escura com manchas brancas.

De acordo com dados da União Internacional para Conservação da Natureza, os estorninhos fazem parte da lista das cem piores espécies exóticas invasoras. Concordando com isso, especialistas apontam que é possível que a ave seja responsável pela extinção do pica-pau-bico-de-marfim.

Uma característica peculiar do pássaro é que devido à movimentação sempre em uníssono, pode ser confundido com um grande pássaro quando visto de longe.

Ibama confirma invasão

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Na última quinta-feira (16), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou a presença de estorninhos no Brasil.

Até o momento, sua presença está somente em municípios fronteiriços ao Uruguai. O Ibama está reunindo informações sobre a biologia e a extensão da espécie para saber qual a melhor solução neste momento.

Por isso, iniciou-se as tratativas com instituições de pesquisa e setores do Poder Público. O objetivo é que sejam adotadas medidas coordenadas para a detecção precoce de ocorrências, controle e comunicação social. A decisão está baseada na Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras, aprovada pela Resolução Conabio nº 07, de 29 de maio de 2018.

Essa ação de combate à invasão biológica é uma das principais medidas de proteção à biodiversidade nativa. O compromisso foi assumido pelo Brasil após a ratificação da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB).

Fonte: Canal Tech, Jornal de Brasília, Uol

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