Curiosidades

Por que os vikings não eram como imaginamos?

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Viking é um termo usado para se referir aos exploradores, guerreiros, comerciantes e piratas nórdicos, que invadiram, exploraram e colonizaram grandes áreas da Europa e das ilhas do Atlântico Norte. Os vikings eram famosos por construir casas e navios resistentes o bastante para viajar até o oriente, como Rússia, até o extremo ocidente, como Islândia e Groenlândia. A era Viking fez parte da história medieval da Escandinávia, Grã-Bretanha, Irlanda e boa parte da Europa.

Existem poucos estudos sobre os vikings e pouco se sabe sobre esses incríveis guerreiros. Por isso, existem várias curiosidades desconhecidas sobre esse povo, como por exemplo, como eles se pareciam, quais armas usavam e o que ele fizeram exatamente.

Além disso, a cultura pop representa esse povo como sendo guerreiros ferozes, de cabelos loiros e olhos azuis, que navegavam pelo mar saqueando as populações que eles encontrava. No entanto, a realidade pode não ter sido essa.

Estudo

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Recentemente, um grupo internacional de geneticistas evolutivos conseguiu fazer a análise da ascendência genética dos vikings. Os resultados obtidos por eles sobre a diversidade genética desse povo foram surpreendentes.

“Tudo começou quando conseguimos sequenciar o primeiro genoma humano antigo. Isso nos forneceu uma enorme quantidade de informações de indivíduos que podemos usar para deduzir o passado do ser humano. Depois que vimos que isso era possível, decidimos começar a explorar o passado humano em todo o mundo para ver como nos convertemos no que somos hoje”, disse o geneticista evolutivo dinamarquês Eske Willerslev, professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

Durante seis anos, os pesquisadores analisaram os restos humanos que foram encontrados em mais de 80 sítios arqueológicos, dentre eles, túmulos vikings. Os pesquisadores então usaram DNA antigo para entender o passado. Eles sequenciaram os genomas de 442 homens, mulheres, crianças e bebês da era dos vikings.

Vikings

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Feito isso, Martin Sikora, da Universidade de Copenhague, e um dos especialistas que trabalhou no estudo, notou que os restos mortais onde o DNA estava mais preservado eram os dentes e um osso chamado petroso ou temporal. Esse osso faz parte do conjunto de ossos da orelha e é bastante duro.

Com isso, os especialistas tiraram o material genético dessas fontes e conseguiram comparar o DNA desses povos com as sequências de DNA de mais de mil indivíduos da Antiguidade e cerca de quatro mil seres humanos modernos.

Essa foi a maior análise genética de restos vikings já feita. E ela mostrou que os genes desses povos vinham do sul da Europa e da Ásia.

“O viking típico é descrito como um escandinavo grande, forte e loiro. Mas, na verdade, ser loiro era muito menos comum na Escandinávia na era dos vikings do que agora. O período viking é caracterizado por um enorme interesse pelos vikings escandinavos pelo resto do mundo, mas um interesse muito limitado pelo que realmente estava acontecendo na Escandinávia”, explicou Willerslev.

Aparência

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As rotas comerciais dos vikings iam de um lado, até o Canadá, e de outro, até o Afeganistão. Dessa maneira, esse povo tinha bem mais diversidade que o que se acreditava. Justamente essa miscigenação com pessoas do sul e do leste que diversificou a composição genética dos vikings e gerou uma variedade de aparências físicas.

“Não é possível afirmar com certeza se houve um grupo geneticamente homogêneo que fosse muito escandinavo e igual em toda parte. Na realidade, havia muita diversidade”, afirmou Sikora.

O estudo feito também deu aos pesquisadores a possibilidade de determinar que existiram vários grupos vikings que viajaram para diferentes partes do mundo. “Os dinamarqueses foram principalmente para a Inglaterra, os noruegueses foram para a Irlanda, Islândia e Groenlândia e os suecos foram para o Mar Báltico”, explicou Willerslev.

Além disso, o estudo também mostrou que a identidade viking não estava relacionada à origem genética ou étnica, mas na realidade, a uma identidade social.

“O fenômeno viking não é algo escandinavo, no sentido de que não é a etnicidade que determina se alguém é viking ou não. Trata-se de um estilo de vida. E, de fato, os pesquisadores descobriram vikings que ‘não tinham genes escandinavos'”, disse o cientista que liderou o projeto.

“Graças a este trabalho, estamos mudando a história e, ao mudar a história, também estamos alterando nossa identidade”, concluiu Willerslev.

Fonte: BBC

Imagens: BBC

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