Não é novidade que a poluição do planeta Terra tem acontecido de forma desenfreada. No mar, além do despejo de esgoto, existem quantidades absurdas de lixo que geram sérios impactos para a vida marinha e faz com que os animais acabem presos ou engulam embalagens. Isso piora com os microplásticos, que são fragmentos pequenos capazes de causar vários problemas para a saúde dos humanos. Além disso, as praias, também, ficam poluídas e uma praia brasileira se tornou um depósito de lixo mundial.
Isso acontece na Praia do Segredo, no Rio Grande do Norte, que chama turistas por conta da sua beleza selvagem. Contudo, agora, a presença do lixo na área afastou muitos das centenas de visitantes, consequentemente impactando na economia local.
De acordo com uma reportagem da BBC, foram vistas embalagens de produtos fabricados em diversos países comprovando que a praia brasileira virou um depósito de lixo mundial. Por mais que tivesse produtos fabricados no Brasil, nos EUA e países africanos, o que mais se destacou foram os produtos asiáticos, que eram maioria.
Outro ponto notado é que a maior parte dos objetos foi produzido recentemente e estava com as embalagens intactas. Dentre tudo encontrado estavam garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e até recipientes de óleo de motor.
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Praticamente, todas as embalagens vistas eram de plástico, mas algumas eram de lata, como no caso de um removedor de tinta.
Na visão de Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em poluição marinha, o mais provável para a praia brasileira ter virado um depósito de lixo mundial, é o acúmulo de lixo descartado pelos navios. Para se ter uma noção, conforme o Banco Mundial, o transporte marítimo é responsável por 90% do comércio global, estando 20 dos 30 portos mais movimentados do mundo na Ásia. E o tráfego de navios entre a Ásia e o Brasil é intenso.
Normalmente, esses materiais são descartados perto dos portos onde os navios atracam e, por isso, chegam até as praias através das correntes marítimas. Segundo o especialista, existem resoluções internacionais proibindo o descarte de lixo não orgânico no mar, no entanto, a regra é constantemente violada.
A quebra da regra pode ser explicada pela taxa cobrada pelos portos de acordo com a quantidade do material coletado. Então, muitos navios optam por descartar os produtos direto no mar e não ter que pagar essa taxa.
No nosso país, quem define essas taxas e tarifas em portos é a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), enquanto o Ministério de Portos e Aeroportos regulariza o setor portuário. Conforme o ministério, os portos do Brasil seguem “as melhores práticas globais” sobre gestão do lixo. Mesmo assim ainda existe o problema da praia brasileira ter se tornado um depósito de lixo mundial.
Fonte: Olhar digital
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