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Qual é a doença mais antiga do planeta?

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Novas doenças surgem com muita frequência no nosso planeta. Dificilmente alguém conclui o ciclo de vida sem contrair doenças pelo caminho. Mas, será que existem doenças presentes no mundo há séculos? A resposta é sim, e tem nome: a hanseníase.

Ela foi, por muito tempo, conhecida por lepra. Esse nome deixou de ser utilizado em virtude da carga de preconceito que o cerca. Isso porque, na antiguidade, quem contraía a doença era excluído e marginalizado.

Acreditava-se que a enfermidade era um castigo divino ou uma impureza e, por isso, todas as pessoas com o problema eram obrigadas a vestir roupas diferenciadas e a carregar sinetas que mostravam ao restante da população que elas ali estavam. Sem tratamento, as pessoas com lepra se reuniam (já que não eram aceitas em outros locais) e logo morriam.

A doença

A lepra ou hanseníase é a doença infectocontagiosa mais antiga de que se tem registro. Apesar da descoberta de seu causador ter ocorrido em 1873, existem registros na literatura dessa doença na China, Egito e Índia antes de Cristo. No século 6 a.C. já havia relatos sobre essa enfermidade.

A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae (Bacilo de Hansen). Ela pode ser transmitida por meio do contato com secreções que saem do nariz ou até mesmo pela saliva do paciente eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases avançadas da enfermidade. A doença foi denominada hanseníase devido ao nome de Gerhard Armauer Hansen, que foi o pesquisador que a descobriu.

A hanseníase acomete inicialmente a pele e os nervos. O primeiro sintoma é o surgimento de manchas na pele de cor pálida. Nesse local, não nascem pelos, não ocorre a transpiração e não se sente dor. Ou seja, a pessoa se queima ou se machuca mas não percebe.

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Pode ocorrer também dormência e perda da força muscular, como dificuldade para pegar objetos e segurar chinelos nos pés. Além disso, pode haver a sensação de formigamentos, choques, agulhadas e câimbras. Outro sintoma é a percepção dos nervos engrossados e doloridos e de feridas difíceis de curar. A coceira ou irritação nos olhos e o entupimento, sangramento ou ferida no nariz também são indicativos da evolução da hanseníase.

É importante salientar que o desenvolvimento da doença é lento e os primeiros sintomas podem levar anos para surgir. Em média, os sintomas levam de seis meses a cinco anos para aparecer. Mas, quando estão aparentes, eles podem ser percebidos principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos.

Se não tratada adequadamente, essa doença pode causar incapacidade física permanente. É importante destacar também que a hanseníase não acomete somente a pele, podendo afetar olhos, rins, testículos, fígado, glândulas suprarrenais e baço.

O diagnóstico

Para diagnosticar a hanseníase é necessário consultar um dermatologista. O médico avalia a área afetada por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora e solicita um exame chamado de baciloscopia. Esse exame corresponde à coleta da serosidade cutânea, colhida em orelhas, cotovelos e na lesão da pele.

O resultado do exame pode ser positivo ou negativo, dependendo da fase da doença. Por esse motivo, o resultado negativo não é indicativo de que de fato não há a doença no organismo. O diagnóstico preciso se baseia principalmente em sintomas clínicos.

Essa doença atualmente tem cura e toda a medicação necessária é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento é feito com comprimidos que devem ser tomados diariamente. Se a hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas e irreversíveis.

O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne incapacidades físicas. Quanto mais cedo for iniciado, melhor. Vale frisar que o tratamento é longo e pode durar um ano ou mais.

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Prevenção

A prevenção dessa doença é complicada quando se entra em contato com alguém em estágio avançado de desenvolvimento da enfermidade e que não realiza tratamento. No entanto, a maioria das pessoas têm resistência à bactéria. A cada dez pessoas que entram em contato com ela, apenas uma adoece.

Em geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a doença se instale, por isso todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas. Para as pessoas próximas do paciente, recomenda-se a aplicação da vacina BCG. Entretanto, a aplicação só é feita se não houver sintomas ou sinais da hanseníase. O contato com a pele ou objetos não transmite a doença.

Em 2019, o Brasil registrou 27.864 novos casos de hanseníase, segundo o Boletim Epidemiológico Especial do Ministério da Saúde publicado em 2021. É o primeiro país no mundo em incidência (quantidade de doentes em relação ao número de pessoas) e segundo em número de casos, depois da Índia. Ao todo, em 2019 foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS) 202.185 novos casos da doença no mundo.

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