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Sepulturas pré históricas mostram que mesmo na Idade da Pedra já existia diferença de riqueza

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A nossa história ainda é composta por enormes “buracos”, que são os trechos que não conhecemos. E grandes exploradores descobrem isso conforme o tempo vai passando e pesquisas vão sendo feitas. Cada nova descoberta é uma parte do passado que podemos conhecer com maior clareza. Nos últimos anos, novas descobertas nos proporcionaram uma nova perspectiva sobre alguns capítulos que passaram e nos dão uma nova compreensão humana.

Podemos achar que a diferença de riqueza entre as pessoas seja uma coisa relativamente nova. Mas mesmo no início da Europa pré-histórica já existia uma diferença clara de riqueza entre ricos e pobres. A desigualdade existente era vista não só enquanto as pessoas estavam vivas, mas também em suas mortes.

Novas pesquisas arqueológicas feitas na Polônia mostraram que as pessoas mais ricas dos tempos neolíticos eram enterradas com artefatos mais exóticos. Isso pode parecer uma coisa óbvia, mas não era essa a conexão que os arqueólogos estavam buscando inicialmente.

Achados

Os túmulos de 6.600 anos estavam localizados na cidade de Oslonki. E eles deveriam revelar o que os fazendeiros neolíticos costumavam cultivar e comer anos atrás. E o que eles viram foi que as dietas mais ricas também se alinhavam com os artefatos enterrados sendo mais valiosos.

Nesse tempo, os artefatos que eram enterrados juntos com as pessoas não eram doações que os familiares esperançosos faziam. Eles eram traduções diretas de riqueza material da vida para a morte.

“Nós descobrimos algumas das evidências mais antigas de uma ligação direta entre status social e dieta de longo prazo na Europa pré-histórica. Estamos testemunhando o surgimento da desigualdade social e econômica nas primeiras comunidades pré-históricas, os ‘ricos’ e os ‘pobres’, em um momento muito anterior ao que pensávamos”, disse a arqueóloga e antropóloga Chelsea Budd, da Universidade de Umeå, na Suécia.

Diferenças

A equipe examinou os ossos de 30 pessoas que foram enterradas nos mesmos 200 anos. Com isso, eles descobriram que os esqueletos que tinham mais isótopos de carbono-13 eram frequentemente enterrados com túmulos mais sofisticados, que eram feitos de cobre.

Os isótopos se acumulam em fontes de alimentos em diferentes taxas. E depois são incorporados ao tecido humano. Isso deu a equipe um possível vislumbre da dieta que a pessoa teve durante a vida. Mas o que o carbono-13 pode dizer a eles sobre os alimentos no período neolítico é limitado. Ele poderia sugerir uma ingestão maior de laticínios por exemplo, mas existem poucas evidências disso na região.

Além disso, também pode sugerir que algumas pessoas tiveram acesso a plantas e animais que eram isotopicamente diferentes do resto. Esse equilíbrio isotópico também foi visto em ossos de gado que foram achados na mesma área.

Tudo isso quer dizer que algumas pessoas e animais tiveram um acesso privilegiado a grandes campos e pastagens maiores e mais iluminadas pelo sol e outras pessoas não.

“Talvez os membros fundadores da comunidade tivessem acesso privilegiado a esses campos. E, por extensão, às redes de troca que trouxeram ornamentos de cobre exóticos para este extremo norte. Embora especulativo, este é um cenário plausível, dadas as abundantes evidências etnográficas da importância atribuída aos ‘primeiros colonizadores’ em uma região e/ou aos fundadores de uma comunidade”, explicaram os autores.

Riquezas

As descobertas sugerem que havia algum tipo de diferença alimentar entre as pessoas que foram enterradas com materiais de cobre e aquelas que não foram. Dentre os artefatos de cobre, estavam 50 tiras, 200 contas, cinco pingentes e uma diadema.

Quando a região de Oslonki e os lugares próximos foram abandonados, por volta de 4.500 a.C., esses ornamentos de cobre no norte da Europa pararam de aparecer durante um milênio. Isso sugere que a cidade era uma parte importante das redes de comércio que envolvia esses bens preciosos.

“O fato de o sistema parecer ter vida curta mostra que as primeiras tentativas de desenvolver estruturas hierárquicas nem sempre tiveram sucesso a longo prazo”, disseram os autores.

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