Muitos avanços tecnológicos já aconteceram nos últimos dez anos e isso, aparentemente, tende a acontecer cada vez mais rápido. Trazendo, para diversas áreas, inúmeros benefícios. Um desses avanços são os smartwatches. Há pouco tempo, ninguém imaginaria que um relógio seria capaz de monitorar alguns aspectos da nossa vida. Como por exemplo, o sono, pressão e o gasto de calorias.
Embora esses dispositivos pareçam ter apenas vantagens, a realidade não é bem essa. Até porque, se usado de forma errada, os smartwatches podem acabar desencadeando problemas. Incluindo ansiedade.
Caso
Tanto que, na última semana, uma reportagem do site The Verge revelou um exemplo desse potencial nada positivo que o dispositivo pode ter. Segundo Lindsey A. Rosman, uma médica e professora assistente do departamento de Cardiologia, na Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, uma paciente foi diagnosticada com fibrilação atrial e fez 916 eletrocardiogramas (ECGs) em apenas um ano. Ela fez esse número exorbitante de exames por conta da ansiedade provocada pelo seu smartwatch.
De acordo com a médica, essa paciente de 70 anos não apresentava nenhum sinal de gravidade da doença cardíaca que pudesse levá-la a procurar ajuda médica. Contudo, por causa da disponibilidade das funções de monitoramento de saúde do smartwatch isso gerou um hábito nela de ficar constantemente checando as notificações. E também a aumentar cada vez mais a frequência com que fazia testes.
A médica relatou que, quando a idosa desenvolveu ansiedade, ela chegou a procurar um médico 12 vezes durante um anos. Além de ter ligado várias vezes para assistentes de saúde para atestar que realmente não tinha nada de errado com o seu ritmo cardíaco.
“Com base em entrevista diagnóstica e questionários validados, tornou-se evidente que nossa paciente desenvolveu uma crença duradoura de que as notificações do smartwatch eram um sinal de piora da função cardíaca, levando a um ciclo vicioso de preocupação excessiva, preocupação com estímulos e sensações cardíacas e comportamentos compensatórios. Por exemplo, monitoramento cardíaco habitual com o smartwatch e busca repetida de cuidados de saúde profissiona”, disse Rosman.
Smartwatch
O pior de tudo é que a médica diz que esse não é um caso isolado. Segundo ela, outras funções podem causar problemas com ansiedade. Como por exemplo, a oximetria que foi bem procurada nesses tempos de pandemia.
“Uma compreensão mais diferenciada dessas questões é essencial para educar o público sobre descobertas incidentais e informar as melhores práticas para o gerenciamento de perguntas dos pacientes e preocupações sobre tecnologia de saúde vestível”, pontuou ela.
Ansiedade
Na visão de Rosman, todos os envolvidos nesse processo, incluindo as empresas de tecnologia, devem contribuir para que o uso incorreto dos smartwatches seja evitado.
“Os wearables podem desempenhar um papel importante na promoção da capacitação do paciente e dos cuidados de saúde. No entanto, isso exigirá envolvimento ativo e forte colaboração entre todas as partes interessadas, empresas de tecnologia, cientistas comportamentais, profissionais de saúde, pesquisadores, pacientes e cuidadores, para entender as maneiras pelas quais diversos segmentos da sociedade. Por exemplo, adultos mais velhos, indivíduos com problemas médicos e de saúde mental, interagem com esta tecnologia”, conclui a médica.
Além disso, um ponto importante a se lembrar é que por mais que smartwatches, smartbands e aplicativos para celulares tenham funções de acompanhamento de saúde, esses dispositivos não substituem um profissional da área.
Fonte: https://www.msn.com/pt-br/saude/other/como-smartwatches-e-suas-fun%c3%a7%c3%b5es-de-sa%c3%bade-podem-causar-ansiedade/ar-AANOwfX
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