Na manhã de quarta-feira (22), a SpaceX lançou um conjunto inovador de satélites espiões para o Gabinete Nacional de Reconhecimento (NRO) do governo dos EUA.
Denominada NROL-146, a missão partiu às 5h da manhã (horário de Brasília) do topo de um foguete Falcon 9, a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia.
Pouco se sabe sobre as cargas úteis a bordo da missão, o que é comum, já que o NRO geralmente divulga poucas informações sobre as atividades e capacidades de seus satélites. Por essa razão, não há imagens dos estágios do foguete Falcon 9 se separando.
Cerca de seis minutos após o lançamento, o primeiro estágio iniciou a queima de reentrada, um passo crucial para seu retorno seguro à Terra, pousando na balsa-drone chamada Of Course I Still Love You, posicionada no Oceano Pacífico, aproximadamente três minutos depois.
Segundo a SpaceX, este foi o 16º lançamento e pouso deste primeiro estágio do foguete Falcon 9.
Via Olhar Digital
Em uma descrição pré-lançamento, o NRO afirmou que este seria “o primeiro lançamento da arquitetura que veio do NRO”. O escritório detalhou um pouco mais sobre essa arquitetura ao explicar o lema da missão: “Força em Números”.
Esse lema descreve a nova estratégia do NRO de uma arquitetura espacial proliferada. Foram vários satélites espiões menores em teste de capacidade e resiliência, segundo a apresentação.
Assim, é provável que vários pequenos satélites tenham sido lançados como parte da missão NROL-146, em vez de uma única espaçonave grande.
No comunicado da SpaceX, não são mencionados o destino dos satélites nem o tempo previsto para a implantação – detalhes que a empresa geralmente inclui em missões não classificadas.
Entretanto, o lançamento desta manhã foi a 52ª decolagem orbital da SpaceX neste ano. Destas, 36 foram dedicadas à construção da constelação de banda larga Starlink da empresa.
Além de marcar o lançamento da missão NROL-146, o dia 22 de maio de 2024 celebra o 12º aniversário do primeiro voo comercial da SpaceX sob contrato com a NASA para a Estação Espacial Internacional (ISS).
O aspecto mais significativo daquela missão foi que a cápsula de carga Dragon foi a primeira espaçonave norte-americana a visitar o laboratório orbital após a NASA encerrar o programa de ônibus espaciais quase um ano antes.
Com a aposentadoria dos ônibus espaciais, a NASA decidiu contratar empresas privadas para lançar carga para a ISS. Naquele voo inaugural, a SpaceX, fundada por Elon Musk, enviou mais de 450 kg de carga para a estação espacial a bordo do cargueiro Dragon.
Embora a nave consiga transportar até seis toneladas, aquele foi um voo de teste e não estava carregada em sua capacidade máxima. A Dragon forneceu também suprimentos como comida, água e roupas para quem estava na tripulação, além de prover experimentos estudantis.
Além disso, também estavam a bordo os restos mortais cremados de mais de 300 pessoas, incluindo as cinzas do astronauta Gordon Cooper e de James Doohan, o ator que interpretou Scotty em “Star Trek”. A missão partiu de Cabo Canaveral em um foguete Falcon 9 e chegou à estação espacial três dias depois.
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Satélites espiões, também conhecidos como satélites de reconhecimento ou de inteligência, desempenham um papel crucial na obtenção de informações vitais para a segurança nacional e a tomada de decisões estratégicas.
Equipados com uma variedade de sensores avançados, esses satélites são capazes de realizar vigilância de áreas específicas. Assim, monitoram atividades militares, coleta de inteligência eletrônica e imagens de alta resolução da superfície terrestre.
Suas capacidades incluem a detecção de movimentos de tropas, instalações militares, equipamentos, e até mesmo a capacidade de identificar objetos em solo com grande precisão.
Essas informações são fundamentais para o planejamento de operações militares. Isso porque ajuda na avaliação de ameaças, monitoramento de tratados internacionais, e até mesmo para a segurança nacional em casos de crises ou emergências.
Embora o trabalho dos satélites espiões seja altamente sigiloso e frequentemente envolva questões geopolíticas sensíveis, sua contribuição para a segurança e a estabilidade global é inegável.
Fonte: Olhar Digital
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