Ciência e Tecnologia

A tecnologia de guerra que o Google se envolveu e deixou seus funcionários furiosos

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Mas o que diabos faria os funcionários do Google ficarem furiosos? Estamos falando do projeto Maven, onde o Google oferece recursos para o Departamento de Defesa dos EUA. O projeto é voltado para pesquisas, visando desenvolver algoritmos de visão computacional que possam analisar imagens de drones.

Porém, como em alguns casos a força do proletariado pode fazer a diferença, cerca de 3.100 funcionários da empresa assinaram uma carta pedindo para que o CEO da empresa reavalie o envolvimento do Google com a proposta.

O Google salientou que o envolvimento está relacionado a usos não combatentes. Eles fizeram uma petição que está rolando pelo sistema interno de comunicação do Google já a algumas semanas. A mesma não afirma em momento algum que a empresa tenha intenção de se envolver com aplicações de combate. A gente conta um pouco dessa história para vocês.

Petição de 3.100 funcionários do Google

De fato, a petição não afirma que a empresa se envolveu em aplicações de combate. Na verdade, a petição se concentrou na possibilidade de haver reaproveitamento militar de tal tecnologia depois de ser entregue. Entre as pessoas que assinaram a petição estão ‘dezenas de engenheiros seniores’, que representam uma minoria do quadro de mais de 70.000 contratados da Alphabet.

A petição

A petição para o CEO da empresa feita pelos funcionários vocês podem conferir abaixo:

“Caro Sundar,

Acreditamos que o Google não deva estar no negócio da guerra. Portanto pedimos que o Project Maven seja cancelado e que o Google elabore, publique e reforce uma política clara em que o Google declara que nem a empresa nem seus prestadores desenvolvam tecnologia de guerra.

O Google está implementando o Project Maven, um mecanismo de vigilância customizada via inteligência artificial que utiliza dados de “Imagens em Movimento de Amplas Áreas” capturados pelos drones do governo dos EUA para detectar veículos e outros objetos, rastrear seus movimentos e oferecer resultados para o Departamento de Defesa.

Recentemente, os funcionários do Google expressaram preocupações sobre o Maven internamente. Diane Greene respondeu, assegurando a eles que a tecnologia não “irá operar ou voar em drones” e que “não será utilizada para lançar armas”. Embora isso elimine um conjunto estreito de aplicações diretas, a tecnologia está sendo desenvolvida para os militares e uma vez que for entregue poderia facilmente ser utilizada para ajudá-los nessas tarefas.

Esse plano prejudicará de maneira irreparável a marca do Google e sua capacidade de competir por talentos. Em meio a crescentes temores de inteligências artificiais tendenciosas e armamentistas, o Google já está lutando para manter a confiança do público. Ao entrar neste projeto, o Google se juntará às fileiras de empresas como Palantir, Raytheon e General Dynamics. O argumento de que outras empresas, como Microsoft e Amazon, também estão participando, não torna isso menos arriscado para o Google. A história única do Google, seu lema “Não seja mau” e seu alcance direto na vida de bilhões de usuários o diferenciam.

Não podemos deixar a responsabilidade moral de nossas tecnologias para terceiros. Os valores declarados do Google deixam isso claro: todos os nossos usuários estão confiando em nós. Nunca comprometa isso. Nunca. Este contrato coloca em risco a reputação da Google e está em oposição direta aos nossos valores principais. Construir esta tecnologia para auxiliar o governo dos EUA na vigilância militar – e ter resultados potencialmente letais – não é aceitável.

Reconhecendo a responsabilidade moral e ética do Google e a ameaça à reputação do Google, solicitamos que você:

1. Cancele esse projeto imediatamente

2. Elabore, publique e reforce uma política clara em que o Google declara que nem a empresa, nem seus prestadores desenvolvam tecnologia de guerra.”

Em entrevista ao The New York Times, um porta-voz do Google declarou, em resposta a petição, que “qualquer uso militar de aprendizado de máquinas naturalmente levanta preocupações válida”. Ele também afirmou que “estamos ativamente engajados em uma discussão por toda a empresa que envolve este importante tópico.”

Para finalizar, a publicação acrescenta que “a tecnologia é usada para sinalizar imagens que serão analisadas por humanos, com a intenção de salvar as vidas das pessoas, e poupar as pessoas de executarem um trabalho altamente tedioso.”

Mas e aí, vocês acham que os funcionários do Google fizeram a coisa certa ou deveriam deixar a coisa rolar? Comentem!

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