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Temperamento infantil pode prever como será a personalidade de alguém 20 anos depois

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O tipo de personalidade que temos é definido por várias influências e características diferentes. São essas características e influências que formam o todo que define cada um de nós. Somos influenciados pelo mundo que, muitas vezes, construímos ao nosso redor. Pelos grupos que participamos e pelo o que consumimos. E, obviamente, por aquilo que permitimos sermos influenciados.

A verdade é que somos seres muito distintos uns dos outros e expressamos isso de diversas formas. Desde o momento em que nascemos, temos a nossa própria personalidade e temperamento. Algumas crianças são mais risonhas, mais curiosas. Enquanto outras são mais irritadas e teimosas. E todas as crianças nascem com uma tendência a determinado tipo de temperamento.

O curioso é que pesquisadores, da Universidade de Maryland, da Universidade Católica da América e do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, viram que existem grandes evidências, que mostram o impacto do temperamento que a criança tem com a sua personalidade, na vida adulta.

Uma das descobertas, feitas por eles, foi que a inibição comportamental, quando bebê já prevê uma personalidade mais reservada e introvertida quando essa pessoa tiver seus 26 anos.

E a sensibilidade de cometer erros na adolescência pode fazer com que uma pessoa tenha um risco maior de desenvolver distúrbios como por exemplo, ansiedade e depressão quando ela for adulta.

Estudo

Existiam, anteriormente, apenas dois estudos mostrando como o temperamento inibido de uma pessoa influenciou a vida dela no futuro. O que foi considerado como “temperamento” foram as diferenças individuais, mas com uma base biológica, em como as pessoas reagem emocional e comportamentalmente com relação ao mundo.

Um tipo em específico, a inibição comportamental (IC), foi associado a riscos maiores de as pessoas desenvolveram distúrbios sociais como ansiedade, por exemplo. Essa IC se caracteriza por um comportamento cauteloso, medroso e evitando ter relações com as pessoas, objetos e situações que a pessoa não tem familiaridade.

Esse tipo tem sido considerado um traço relativamente estável que começa logo quando bebê e se segue pela infância.

Análises

Para fazerem suas análises, os pesquisadores recrutaram participantes de quatro meses de idade. Eles foram caracterizados como tendo ou não IC quando tinham 14 meses. Esse tempo é quase dois anos mais cedo, do que os outros estudos que já existiam.

Os pesquisadores também colocaram em seu estudo uma medida neurofisiológica para tentar identificar aquelas pessoas que tivessem um risco para psicopatias. Quando os participantes fizeram 15 anos eles voltaram ao laboratório para fazer um teste que avaliou suas “negatividades relacionadas a erros” (ERN, sigla em inglês).

Essa é a medida que mostra o grau que essas pessoas são sensíveis aos erros. A atividade elétrica no cérebro mostra como uma pessoa responde quando ela erra enquanto está fazendo uma atividade. Até mesmo quando ela não está ciente de que está cometendo erros.

A alta negatividade relacionada aos erros foi associada a condições internalizantes como a ansiedade. E a ERN baixa foi associada a coisas externalizantes como impulsividade e uso de substâncias.

Quando os participantes estavam com 26 anos eles voltaram ao laboratório uma última vez. Dessa vez, os pesquisadores avaliaram a personalidade deles, o funcionamento social, psicopatologias e histórico de educação e emprego.

Resultados

A conclusão que eles chegaram foi a de que as crianças que tinham IC aos 14 meses tinham uma personalidade mais reservada, tiveram menos relacionamentos românticos nos últimos 10 anos e tinham um funcionamento social menor tanto com família quanto com amigos.

Aqueles que tinham IC e uma alta negatividade relacionada a erros aos 15 anos eram mais propensos a desenvolver psicopatias internalizantes aos 26 anos. Mas a IC não foi associada a psicopatias externalizantes e nem com resultados de educação ou emprego.

Os pesquisadores dizem que esse novo estudo destaca a natureza duradoura dos temperamentos infantis. Principalmente os traços que  são notados já quando bebês.

“Estudamos a biologia da inibição comportamental ao longo do tempo e ficou claro que ela tem um efeito profundo que influencia o desenvolvimento”, argumentou um dos autores do estudo, Nathan Fox, do departamento de desenvolvimento humano e metodologia quantitativa da Universidade de Maryland.

Mesmo que esse novo estudo tenha feito um grande avanço, outros com amostras maiores e mais diversas são necessários para que a generalização desse achado seja melhor compreendida.

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