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Torcedores são esmagados e morrem nos braços de jogadores em estádio na Indonésia

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No estádio Kanjuruhan, na Indonésia, torcedores de futebol “morreram nos braços” de jogadores durante um tumulto, de acordo com o técnico do time da casa.

Javier Roca contou que a tragédia na partida em Java, em que pelo menos 125 pessoas perderam a vida, o deixou “mentalmente abalado”. O número de crianças mortas na confusão foi 32.

As autoridades da Indonésia informaram que a vítima mais jovem do desastre de sábado (01/10) tinha apenas três anos. Além disso, aproximadamente 18 policiais estão sendo investigados após a polícia ter disparado gás lacrimogêneo contra torcedores que invadiram o campo quando a partida terminou.

Também foi informado que o chefe de polícia da cidade de Malang, onde o jogo foi disputado, foi demitido. Outros noves oficiais também teriam sido suspensos.

Ao todo, mais de 320 outras pessoas ficaram feridas quando torcedores foram pisoteados e sufocados enquanto fugiam do gás. O vice-ministro de Assuntos Infantis e Femininos da Indonésia afirmou que as crianças tinham entre três e 17 anos.

Para a BBC, uma testemunha contou que a polícia disparou diversas cápsulas de gás “contínua e rapidamente” após a situação entre as torcidas ficar agitada. Os torcedores da equipe da casa, Arema FC, entraram em campo após o término do jogo, com uma derrota por 3-2 para o rival Persebaya Surabaya.

Nas redes sociais, torcedores são vistos escalando cercas para escapar. Outros vídeos mostram corpos jogados no chão.

Pânico

Foto: Antara Foto/ Ari Bowo Sucipto via REUTERS

Outra testemunha contou que um “mar de fumaça” nas arquibancadas do estádio na Indonésia provocou pânico instantâneo entre os espectadores. “Crianças choravam, mulheres desmaiavam, gritos eram ouvidos em todos os lugares, todos saíam em bando”, disse ele à BBC.

Um segundo torcedor, Eko, contou que não conseguiu sair pelas portas da arquibancada por causa do número de pessoas tentando fugir.

“Voltei para o alto das arquibancadas com os amigos. Depois usei um lenço para me proteger da fumaça. Depois pulei no campo e desci pela porta lateral”, disse.

Ester Andayanengtyas contou à BBC que sua filha Debora, de 17 anos, sofreu ferimentos graves, inclusive uma fratura no pescoço e trauma cerebral.

“Nós a procuramos no pronto-socorro, mas ela não estava lá. O hospital nos disse para procurar no necrotério. A confusão aconteceu porque minha filha não havia levado documento de identidade.”

Outras testemunhas afirmaram ter ouvido pais gritando perguntando onde estava seus filhos. Uma delas chegou a comentar que viu pais desmaiando enquanto protegiam seus filhos.

Investigações feitas na Indonésia

Foto: EPA

Muhamad Dipo Maulana, de 21 anos, que estava na partida, disse em entrevista à BBC, que depois do fim do jogo alguns torcedores do Arema entraram em campo para protestar contra os jogadores da equipe da casa. Logo em seguida, eles teriam sido interceptados pela polícia da Indonésia e “espancados”.

“A polícia atuou com cães, escudos e soldados”, disse Dipo. Ele conta que ouviu mais de 20 disparos de gás lacrimogêneo contra espectadores no estádio.

O porta-voz da polícia, Dedi Prasetyo, informou a repórteres que os policiais sob investigação “eram responsáveis ​​por segurar” as armas. Eles estão sendo interrogados por uma equipe de assuntos internos.

Ele acrescentou que diversos outros oficiais, incluindo a equipe de segurança de campo, e alguns oficiais da liga de futebol da Indonésia, também estão sendo investigados.

Já a comissão de direitos humanos da Indonésia informou que conduzirá sua própria investigação sobre o desastre. O presidente Joko Widodo também ordenou que todos os jogos da liga principal da Indonésia sejam interrompidos até que a investigação oficial seja realizada.

A Anistia Internacional acrescentou que a resposta da polícia foi “uso de força excessiva por parte do Estado” para controlar uma multidão desarmada.

O anúncio da investigação foi realizado após a FIFA, órgão máximo do futebol mundial, chamar o desastre de “um dia sombrio para todos os envolvidos no futebol e uma tragédia incompreensível”.

Fonte: BBC

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