O governo está correndo contra o tempo para inaugurar uma nova capital da Indonésia, diante do rápido e devastador afundamento de Jacarta, atual capital do país.
Com cerca de 10 milhões de habitantes, Jacarta está sofrendo um alarmante processo de afundamento, principalmente devido à extração excessiva de água subterrânea.
A cidade, localizada em uma área costeira e sujeita ao aumento do nível do mar, também enfrenta inundações frequentes e já afundou mais de 2 metros em certas regiões nas últimas décadas.
Além dos desafios impostos por sua localização à beira-mar, a cidade continua a sofrer com a superpopulação e áreas de menor acesso. As previsões apontam que grandes áreas poderão ficar submersas até 2050, tornando a situação insustentável.
Nova capital da Indonésia
O projeto da nova capital, denominado Nusantara, será estabelecido na ilha de Bornéu. Essa é uma região menos suscetível às mudanças climáticas e a desastres naturais como enchentes.
A proposta é criar uma capital verde e sustentável, incorporando tecnologias modernas de urbanismo e preservação ambiental.
Além de aliviar a sobrecarga em Jacarta, o objetivo da nova capital da Indonésia é impulsionar o desenvolvimento econômico e promover a descentralização política da Indonésia.
A cidade está sendo construída como parte de um ambicioso projeto de infraestrutura, exaltado pelo presidente Joko Widodo como um símbolo do crescimento econômico do país. De acordo com o Banco Mundial, a economia indonésia pode crescer mais de 5% entre 2024 e 2026.
Atualmente, cerca de 40% de Jacarta está abaixo do nível do mar. Para seus moradores, o afundamento do solo resulta em enchentes crônicas cada vez mais difíceis de controlar, expondo a população a águas contaminadas e à disseminação de doenças.
Por que está afundando?
Jacarta, a atual capital da Indonésia, está afundando devido a uma combinação de fatores, principalmente relacionados à atividade humana e condições ambientais.
Inicialmente, a cidade depende muito da água extraída de aquíferos subterrâneos, já que a infraestrutura de abastecimento de água tratada é limitada.
A retirada contínua de água subterrânea causa o esvaziamento dos aquíferos, levando ao afundamento do solo, um fenômeno conhecido como subsidência.
Enquanto isso, o rápido crescimento populacional e a urbanização de Jacarta aumentaram a pressão sobre os recursos naturais e o solo. A construção de edifícios pesados e infraestrutura em áreas com terrenos moles ou pantanosos contribui para a subsidência.
A cidade se situa em uma planície costeira, o que a torna particularmente vulnerável ao aumento do nível do mar, agravado pelas mudanças climáticas. O aumento do nível das águas do mar invade as áreas baixas da cidade, contribuindo para o afundamento e as enchentes.
Mudanças climáticas
Não podemos desconsiderar os atuais perigos do aquecimento global, que, dia após dia, derrete mais compotas de gelo e gera uma alteração significativa no nível do mar global, que avança sobre o litoral mais vulnerável.
Enquanto isso, a pavimentação e impermeabilização do solo é uma questão que influencia. Isso porque a cidade tem grande parte do solo pavimentada, o que impede a absorção da água da chuva pelo solo. Isso reduz a recarga natural dos aquíferos subterrâneos e agrava o afundamento.
As mudanças climáticas e a superpopulação são motivos que levaram à preocupação do governo. Ainda, inundações mais recentes, tempestades e marés altas aceleram o processo.
Enquanto parte dos responsáveis lutam para preservar a cidade atual, proteger os moradores e lidar com o problema, a inauguração da nova capital da Indonésia pode evitar problemas políticos e sociais. O remanejo do centro do país atrairá turistas, garantirá a segurança local e permitirá que a população continue vivendo sem risco de afundar na antiga capital.
Fonte: Jornal Opção