O autismo é um transtorno global do desenvolvimento e possui três características fundamentais: dificuldade de interação social, padrão de comportamento restrito e/ou repetitivo e linguagem limitada. Mesmo com alguma dessas características, tem pessoas que só recebem o diagnóstico na fase adulta. Como os critérios foram baseados em estudos com meninos, várias mulheres e adultos com sinais de TEA (Transtorno do Espectro Autista) menos evidentes, não receberam um diagnóstico correto.
Conforme estudos, aproximadamente 80% das mulheres autistas não recebem diagnóstico até a fase adulta. Isso é um reflexo da maneira como os critérios foram criados, já que por décadas os estudos tinham o foco nas características predominantes em meninos, como comportamentos mais evidentes e disruptivos. Contudo, nas mulheres, esses sinais de autismo são mais sutis e acabam passando desapercebidos.
Outro ponto que dificulta o diagnóstico é o chamado fenômeno do “mascaramento”, que é quando adultos autistas aprendem a esconder ou adaptar seus comportamentos para se encaixar nas normas da sociedade. Mesmo que isso faça com que eles, realmente, se adaptem em determinados contextos, esse mascaramento faz com que o transtorno não possa ser reconhecido facilmente, o que acaba adiando o diagnóstico correto e o suporte que a pessoa precisa.
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Sensação de ser diferente
Um dos sinais, nos adultos, é o sentimento constante de ser diferente. Desde pequenos eles podem se sentir desconectados dos outros, o que pode resultar num desconforto emocional bem grande. Isso não é somente um sentimento isolado, mas uma característica constante que o acompanha durante a vida.
As pessoas a sua volta podem ter dificuldade em compreender essa sensação, até porque quem tem TEA tenta se ajustar ao mundo social e não consegue. Quando isso acontece, não entender o próprio comportamento contribui para o adiamento do diagnóstico.
Interesses específicos e conforto emocional
Mais um dos sinais de autismo na fase adulta é a tendência é o hiperfoco num interesse profundo por determinados temas ou atividades. Eles não são somente hobbies, são verdadeiras paixões. Tanto que, em determinados casos, se aprofundam tanto que acabam se tornando especialistas naquele assunto.
Tais interesses dão a eles um conforto emocional e funcionam como um refúgio de fuga para a socialização.
Desafios nas interações sociais
Por mais que os adultos autistas consigam desenvolver habilidades sociais ao longo da vida, algumas coisas continuam a ser um grande obstáculo, por exemplo, contato visual, interpretação de expressões faciais e compreensão das nuances das conversas. Tudo isso pode fazer com que as interações sejam desgastantes e provoquem cansaço emocional.
Importância da rotina e previsibilidade
O bem-estar de vários adultos portadores do Transtorno do Espectro Autista, está relacionado com a previsibilidade e a rotina porque uma estrutura clara e organizada traz segurança emocional além de proporcionar o controle das situações. Quando existem mudanças inesperadas elas causam desconforto e ansiedade.
Solidão para se recuperar
O último dos sinais é se voltar para a solidão, como uma forma de recuperação emocional, depois de interações sociais intensas ou experiências de alta demanda sensorial. Fazer isso lhes dá uma pausa necessária onde pode recarregar suas energias e enfrentar o próximo desafio social.
Fonte: Catraca livre
Imagens: Sanarmed