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45 casais afirmam ter sido vítimas de golpe em casamento comunitário

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Um grupo de 45 casais de Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, diz ser vítima de golpe aplicado pela advogada Ingrid Menendes. De acordo com a denúncia, a advogada organizou um casamento comunitário e convenceu o grupo de noivos de que todos sairiam da cerimônia casados. No entanto, a união dos casais nunca foi colocada no papel, por isso não possui valor legal.

“A gente acreditou naquilo. Nossa família foi. Foi gasto dinheiro com roupa, com vestido. E saber que isso não valeu, que nem foi de verdade. A gente ficou muito triste. Me senti muito enganada com isso porque a gente descobriu isso bem depois”, disse a noiva Juliana Gameleira ao G1.

O falso casamento coletivo foi realizado em fevereiro, na praia do Cordeirinho, em Maricá. Aproximadamente 300 pessoas foram convidadas para aquele dia importante na vida dos 45 casais. Todos eles acreditaram que estavam diante de um casamento de verdade.

“Para muitos é um sonho casar na praia, como foi pra gente. E ver que a festa foi linda, mas na realidade não valeu de nada. Fora os prejuízos que agora eu tô tendo”, disse o noivo Leandro.

Justiça negou casamento coletivo

Foto: Reproduçã

A advogada Ingrid Menendes foi a responsável pelo evento. Ela entregou para cada um dos envolvidos um certificado de casamento, com a assinatura dos noivos e da celebrante. No entanto, esse documento não possui valor legal para a Justiça.

Em entrevista ao RJ2, a advogada não conseguiu explicar por que os noivos não saíram casados do evento que ela organizou. De acordo com ela, “ninguém sai casado de um casamento religioso”.

“Todo casamento religioso tem valor civil, desde que o celebrante tenha registro, como a bispa tem”, disse Ingrid.

Ao ser questionada se enganou os noivos que aceitaram participar do casamento coletivo, Ingrid disse que não. A advogada ainda acrescentou que pretende realizar uma nova cerimônia em julho.

“Não (enganei), de forma alguma, até porque eu tô fazendo outro casamento em julho com 50 casais”, disse .

Ingrid Menendes ainda alegou que o evento não rendeu lucro para ela e que precisou gastar do seu dinheiro para bancar alguns itens da festa.

“Só prejuízo. Eu patrocinei várias coisas com a minha empresa”, afirmou.

De acordo com a legislação, os processos de casamentos comunitários precisam passar pelo Tribunal de Justiça. Conforme a Associação de Notários e Registradores do Estado do Rio, essa foi a explicação dada à organização do evento na época da cerimônia coletiva.

A associação disse também que a realização do casamento foi negada pela 1ª Vara de Família do Fórum de Maricá. Em 2010, um ato normativo do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro criou regras para os casamentos comunitários.

Conforme o documento, casamentos coletivos são exceções que dependem de prévia autorização da presidência do Tribunal de Justiça, ou através de requerimento de juízes, do procurador geral de justiça, do defensor público do estado ou de secretário estadual.

Suspeita de uso ilegal de associação

Foto: Ilustração

Apesar dos pedidos de casamento serem negados, Ingrid seguiu com a organização do evento. A advogada ainda é acusada de usar o nome da Associação de Mulheres de Maricá de forma ilegal.

A organizadora se apresentava aos casais como presidente da Associação de Mulheres de Maricá. No entanto, de acordo com as fundadoras da organização, a advogada nunca nem fez parte do grupo.

“Ela nunca foi presidente porque a presidente sou eu, aqui acompanhada pela vice-presidente e pela tesouraria”, disse Maria Selma Alves, presidente da associação, ao G1.

Maria Selma também acrescentou que a associação nunca organizou casamentos comunitários. “O nosso estatuto não nos dá esse direito”, afirmou.

Os noivos Juliana e Wiliam afirmaram ao G1 que a ação da advogada atrapalhou a vida de várias pessoas.

“É brincar com os sonhos e os sentimentos das pessoas. Isso é muito sério. É muito frustrante. Destruiu a vida de muita gente, atrapalhou a vida de muita gente”, afirmou Wiliam.

Fonte: G1

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