7 seres híbridos que nasceram no meio da natureza

Os animais híbridos são, geralmente, o fruto do cruzamento de duas espécies diferentes. Apesar da ciência ter feito muitas experiências com técnicas de cruzamento, alguns exemplares podem ser encontrados na natureza, por suas próprias ações.

Algumas destes animais híbridos até mesmo conseguiram se fortificar a ponto de se tornar uma espécie com características diferentes de seus pais, como é o caso do pássaro amazônico dançador-de-coroa-dourada. Pensando nisso, hoje listamos alguns desses animais e seres da natureza que o homem teve o privilégio de conhecer. Confira!

1 – Uvas de algodão doce

Já imaginou comer uma uva com sabor de algodão doce? Pois isso já é possível graças à engenharia genética. Horticultores da Califórnia, nos Estados Unidos, fizeram o cruzamento de espécies de uvas, ambas variedades sem sementes e que não se reproduzem naturalmente, para dar origem a uma nova espécie que foi chamada de Cotton Candy, ou Algodão Doce, em livre tradução.

Em 2011, quando foi lançada, a Cotton Candy se tornou um verdadeiro sucesso. A uva, com gosto de algodão doce, possui cerca de 12% a mais de açúcar do que as outras uvas.

2 – Rinocerontes-brancos

Morreu em 2018, o último macho da espécie Rinoceronte-branco do norte. As últimas duas fêmeas que restaram são inférteis. Mas há uma esperança para salvar esta espécie. Espermatozoides congelados e seu parente não ameaçado de extinção, o Rinoceronte-branco do sul, são as apostas dos cientistas para não deixar a espécie desaparecer.

Apesar de serem de espécies distintas, os pesquisadores conseguiram criar embriões híbridos a partir de amostras do esperma de rinocerontes do norte e óvulos de fêmeas do sul. Futuramente, os cientistas farão a coleta de óvulos das fêmeas do norte para tentar criar rinocerontes brancos com DNA puro.

3 – Pítons da Flórida

Mutas pessoas nos Estados Unidos compravam exemplares da píton birmanesa para serem seus animais de estimação. Entretanto, quando não conseguiam lidar com elas, soltavam os animais na natureza. Essas cobras podem medir cerca de 7 metros e podem pesar até 91 kg. Com o tempo, as serpentes se acostumaram com o clima na Flórida.

Amostras coletadas de 426 pítons do sul do estado norte americano mostrou que 13 não eram puras. Em seu DNA, continham traços de outra espécie, a píton indígena. Muito mais rápida do que a píton birmanesa. A nova espécie é muito mais forte e adaptável do que suas espécies matrizes, o que acabou se tornando um grande problema. Diversos animais, especificamente mamíferos de pequeno porte, estão desaparecendo devido a super população de cobras no estado.

4 – Cães de Galveston

No passado, lobos vermelhos eram comuns no sudeste dos Estados Unidos. A ação do homem matou milhares deles e os últimos foram levados para áreas de conservação em 1980. Apenas 17 deles eram puros. Eles conseguiram se estabelecer e formar uma matilha no estado da Carolina do Norte, com cerca de 240 animais.

No início deste ano, um biólogo conseguiu capturar imagens de cães selvagens em Galveston, no Texas. Ele percebeu que eles eram diferentes os coiotes locais. Ele arriscou um palpite, imaginando que esta espécie pudesse ser um híbrido de lobos vermelhos e enviou amostras físicas (colhidas de animais mortos por carros) e fotos.

O biólogo estava correto e sua descoberta se mostrou uma esperança de salvar o raro predador. Além do DNA do lobo vermelho, as amostras ainda continham “alelos fantasmas”. Tais alelos não correspondem a genes conhecidos. Agora, os cientistas esperam usar esses cães para tentar restaurar a herança genética dos lobos, aumentando o número da população e sua saúde.

5 – Humanos-ovinos

Criar uma ovelha humana provavelmente seria algo muito bizarro. Concordam? Mas e se essa combinação resultasse na solução para falta de órgãos para as pessoas que aguardam nas listas de espera de doação ao redor do mundo? Ou a cura do diabetes tipo 1? A Universidade de Stanford, nos Estado Unidos, em 2018, criou os primeiros embriões com células humanas e ovinas.

Os embriões puderam amadurecer durante um certo tempo dentro de um animal substituto, antes dele ser abatido. As leis no país não permitem que híbridos sobrevivam após 21 dias. Caso a experiência tivesse continuidade, este poderia ser o estágio onde órgãos humanos, especificamente o pâncreas, seriam criados. Experimentos conseguiram curar um rato diabético com um pâncreas que havia crescido dentro de outro rato.

6 – Toutinegras híbridas

No estado norte americano da Pensilvânia, EUA, é comum o cruzamento de duas espécies de toutinegras. Sendo elas, as azuis e as douradas. Dependendo da coloração de suas penas, os híbridos são chamados de Brewster ou de Lawrence. Em 2018, Lowell Burket, observador de pássaros, fotografou um exemplar que ele acreditou se tratar de uma toutinegra de Brewster. No entanto, ao examinar as imagens posteriormente ele percebeu que na verdade, o pássaro aparentava ser uma outra espécie devido a duas manchas em seu peito.

As imagens foram enviadas para especialistas que decidiram capturar o pássaro para fazer as confirmações. Amostras de sangue confirmaram que a mãe da toutinegra capturada era um híbrido de Brewster, que cruzou com um macho de toutinegra Castanha-tomada. O ultra-híbrido de três espécies recebeu o nome de Toutinegra de Burket, em homenagem ao observador.

7 – O híbrido que se tornou uma espécie

Em 1957, uma nova espécie de pássaro foi descoberta na Amazônia e recebeu o nome de Dançador-de-coroa-dourada. Esta espécie possuía sua própria população e território. Então, a espécie desapareceu por 45 anos até 2002. Em 2018, testes mostraram que essas aves era híbridas. Elas carregavam 20% dos genes do Uirapuru-de-chapéu-branco e 80% do Cabeça-de-prata. Esta foi a primeira espécie de ave híbrida encontrada no planeta.

Ela foi gerada há cerca de 180 mil anos e, diferente de muitas outras espécies híbridas, o Dançador-de-coroa-dourada se tornou uma espécie real. Além de ter aparência diferente de seus pais.

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