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7 vezes em que pessoas tentaram criar sociedades perfeitas

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O conceito de “perfeição” é algo bem complexo, não é? Ainda mais porque nós, como seres humanos imperfeitos, não temos propriedade no assunto. Como seriam casas perfeitamente habitáveis? Como conviveríamos em sociedade sem conflitos demarcados por egoísmo e pela busca incessante a troco de papel esverdeado (mais conhecido como dinheiro)? Não sei o que você acha disso tudo, mas creio que estamos longe de buscarmos uma resposta responsável e coerente. Quem dera se as matas, os animais e a construções humanas pudessem conviver juntas, sem hierarquia de qualquer categoria… Parece um sonho daqueles mais utópicos, porém não é nada além do que todos necessitamos por agora. Bom, tendo isso em mente, é importante ressaltar que as pessoas tentaram criar sociedades perfeitas, mesmo sem entender o que seria isso na prática. As tentativas são louváveis e eu definitivamente não estou em posição para julgar, mas qual seria o objetivo por trás disso? Confira, na lista a seguir, 7 vezes que pessoas tentaram criar sociedades perfeitas.

Até hoje, nós nunca encontramos nada plenamente harmonioso pelo simples fato de pensarmos de uma maneira restritiva. Por exemplo: a delimitação dos países como sendo regiões intransponíveis. Desde quando isso seria ideal? Ideal para quem? No entanto, muitas pessoas acham que idolatrar a “pátria” pode ser sinônimo de sociedade perfeita. Bom, como eu disse, não estou aqui para fazer juízo de valor, mas a perfeição pode ser mais subjetiva do que imaginamos. Vamos à lista?

1- (Rolle)stown

Vamos lá. Estamos começando a construir a comunidade dos sonhos. Quem levaremos conosco? Uma mistura de profissionais, médicos, agricultores, construtores e trabalhadores da construção civil? Ou ladrões e prostitutas? Se você acha que a última opção parece a mais adequada, então seja mais do que bem-vindo ao Rollestown.

Deny Rolle era um latifundiário inglês do século 18 e teve a brilhante ideia de construir uma sociedade utópica na Flórida. O rapaz decidiu escolher pessoas de sua terra natal que estavam apodrecendo nas prisões de Londres. Infelizmente, essas pessoas eram não eram suas conterrâneas, mas isso é só um pequeno detalhe.

O grande e “benevolente” Rolle começou a sociedade com 49 homens e mulheres. Enviou-os para os arredores do rio St. Johns, na Flórida, onde não encontraram nada além de mosquitos. Não só não havia casas, mas Rolle insistiu que desenterrassem algumas raízes de palmito para ele.

Sociedade perfeita ou sociedade perfeita para o Deny Rolle?

Resumindo em miúdos: não deu muito certo e os integrantes da comunidade entraram com uma queixa legal contra o idealizador.

2- A perfeita hierarquia de Pullman

Na década de 1880, George Pullman construiu sua comunidade nos arredores de Chicago. Sua intenção era a de fornecer aos funcionários de sua empresa Pullman Palace Car Company tudo o que pudessem precisar. Foi assim que eles nunca tiveram que sair… nunca, nunca mais.

Já sabe onde eu quero chegar? Pullman propagandeou sua comunidade como uma façanha de engenharia, ciência e arte. No entanto, ele acreditava que seus trabalhadores eram essencialmente pagãos ignorantes que precisavam ser ensinados a desfrutar as “coisas boas da vida”. Como ele pretendia fazer isso? Reservando as melhores áreas para os “superiores”, enquanto as massas restringiam-se em outras regiões.

E se você fosse negro? Não poderia nem entrar lá.

3- Como seria a sociedade perfeita para um nazista?

Schwerbelastungskorper foi o primeiro edifício construído no início dos grandes planos de Hitler para redesenhar Berlim. A “nova cidade” serviria como um tributo à glória nazista, totalmente organizada em torno de uma estrada chamada Boulevard de Splendor. O edifício era tão grande que era necessário construir estruturas de teste para ver se o solo pantanoso poderia suportar o peso de todo mundo.

O projeto começou em 1926, e antes mesmo do fim da guerra, o prédio germânico já estava em andamento. Os campos de concentração estavam estrategicamente localizados perto de pedreiras para que os prisioneiros trabalhassem em prol do projeto. Bom, felizmente, o projeto não foi para frente. Ufa. Já estava com aflição só de descrevê-lo. Essa foi uma das vezes em que pessoas tentaram criar sociedades perfeitas.

4- Eu vos declaro marido e mulher e marido e mulher e (…)

Os membros da Comunidade “Oneida” levaram a vida comunitária a um nível totalmente novo. Eles dividiram uma casa de 93.000 pés quadrados, a qual chamavam de “Mansion House”. A base das crenças dos 300 integrantes residia na ideia de que a “Segunda Vinda de Cristo” já havia acontecido. Dessa maneira, precisavam provar o quão bons eram, no sentido de tornar a Terra mais celestial.

O grupo praticava algo chamado casamento comunal, em que todos os homens e mulheres estavam conectados em um grande matrimônio divino. Bom, e se você encontrar a metade de sua laranja e quisesse ficar com essa pessoa? Você seria considerado idólatra. Não é surpresa que isso tenha contribuído em grande parte para a queda de Oneida, mesmo que alguns integrantes ainda estejam por aí.

5- A casa anarquista

A “casa” (sim, o nome é esse) foi fundada em 1896, a partir de uma península de Washington/EUA. Os primeiros membros eram pessoas que não se encaixavam na sociedade por uma série de razões. Com o objetivo de torná-la habitável, construíram sua base com poucas regras e muita esperança. A terra era mantida em sigilo e as partes interessadas podiam comprá-la.

O declínio veio depois que a comunidade ficou completamente polarizada. Eles davam às pessoas o controle sobre suas próprias terras (e a capacidade de vendê-las), ao invés de manter tudo em uma confiança comum. Isso levou algumas pessoas a venderem suas terras para vizinhos.

6- O culto performático

Originalmente, o “Templo do Povo” foi construído com base em ideias que todos podemos apoiar, como serviço comunitário, igualdade racial e ajuda aos idosos. Os integrantes do culto se estabeleceram na Igreja do Evangelho Pleno do Templo do Povo, participando de cultos, curas de fé e performances em um nível teatral. Jim Jones, o idealizador, foi até nomeado como chefe da Comissão de Direitos Humanos em Indianápolis/Indiana. Ótimo, não é? Pena que as coisas só foram ficando estranhas.

Eventualmente, precisaram se expandir. Por isso, se estabeleceram em uma antiga sinagoga, alugada por uma pessoa com o dom de elaborar cultos aterrorizantes. Após algum tempo, Jones insistiu que todos o chamassem de “papai” e passassem férias em sua igreja. Foi quando ele começou a pregar que tinha visto uma visão de guerra nuclear. É por isso que eles seguiram para Jonestown, Guiana, tendo a cega consciência de que Jim Jones era abençoado. Em novembro de 1978, ao menos 978 pessoas do culto cometeram suicídio em massa.

7- Ah, os jogos de azar…

Um grupo de homens e mulheres da County Clare se juntou para formar a Comuna Ralahine, uma sociedade comunal na propriedade de John Vandeleur. Ele queria que tudo desse certo, e até mesmo contratou consultores do exterior para descobrir como fazer isso funcionar. A comunidade tinha 29 pessoas que lhe pagavam uma quantia mensal para a compra da terra.

Os moradores ganhavam “notas” pelo trabalho realizado e costumavam comprar as mercadorias produzidas pelos vizinhos. Caso fosse necessário, poderiam trocar as notas por cédulas comuns. Álcool, jogos de azar e tabaco? Completamente banidos. A comunidade se saiu tão bem que começou a introduzir máquinas inteiramente novas para o país. A vida foi boa na Irlanda do século XIX, mas nós bem sabemos que nada é perfeito. Ou ao menos nada é como parece ser. Humanos são complexos.

Bem, nem todos receberam o memorando sobre a proibição dos jogos de azar e, por isso, a comuna foi dissolvida à força. Vandeleur (que presumivelmente escreveu as regras) decidiu fazer uma abordagem do tipo “faça o que eu digo, não como eu faço”. Ele perdeu toda a propriedade no jogo. Bom, essa foi uma das vezes em que pessoas tentaram criar sociedades perfeitas.

Engraçado que, quando a comuna se reuniu pela última vez em 1833, todos os integrantes escreveram sobre o “contentamento, paz e felicidade” que haviam encontrado lá. Complexo, complexo.

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