História

Afinal, o que foi a Grande Depressão?

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Há pouco mais de uma década atrás, em 2008, o mundo vivenciou um dos seus piores momentos em relação à economia norte americana e mundial: a crise de 2008. Com ápice no dia 24 de setembro de 2018, após pronunciamento do então presidente estadunidense George W. Bush, o problema teve início após a falência de quatro grandes bancos do país devido ao “subprime”, crédito concedido por bancos em troca do hipotecamento das casas dos requerentes.

Apesar do grande endividamento do sistema financeiro, que reverberou por anos (e ainda reverbera), ela ainda não é considerada a pior do gênero na história moderna da humanidade. O primeiro lugar fica com o famoso Crash de 1929, ou como é popularmente chamada, a Grande Depressão.

Aposto que já ouviu falar muito da Grande Depressão, principalmente nas aulas de História da escola. Mas você ainda se lembra, ou aprendeu direitinho tudo sobre ela? A Fatos Desconhecidos vai te falar o que foi essa crise, porém, antes você precisa entender o conceito de crise econômica.

Crise econômica

O ser humano busca um constante padrão e uma eterna estabilidade em todas as coisas que cria e produz. Consequentemente, quando pensamos em sistema econômico, o primeiro instinto é crer que o cenário correto é a estabilidade permanente. Mas não é assim que a economia funciona.

Na prática, a economia é cíclica, ou seja, o padrão normal do sistema capitalista é haver momentos de estabilidade, outros de crescimento e ainda outros com queda na atividade econômica. Portanto, é completamente normal que existam crises econômicas periódicas.

Uma crise econômica é definida pelo declínio da atividade econômica. Funciona mais ou menos assim:

– Primeiro: a demanda por consumo diminui;

– Segundo: consequentemente, acontece a diminuição da taxa de lucro das empresas;

– Terceiro: com as empresas lucrando menos, muitas delas acabam demitindo funcionários;

– Quarto: consequentemente, há um aumento de taxas de desemprego;

– Quinto: com mais pessoas desempregadas, a renda diminui;

– Sexto: com o menor consumo das famílias, a demanda comercial diminui;

– Sétimo: a desestabilização só piora.

Para acabar com uma crise econômica, é necessário políticas econômicas de estímulo à economia. O sucesso e eficiência delas definirão se a crise será superada rápido ou não. Ou seja, definirá se ela será uma recessão, que são crises relativamente curtas, ou ums depressão, crises intensas e demoradas, que geralmente tem no mínimo 3 ou 4 anos de permanência. Conseguiu acompanhar? Tudo bem, agora você está pronto para entender a Grande Depressão. Vamos lá!

American Way of Life

Na década de 1920, os Estados Unidos da América já era a maior economia do mundo. Se antes da Primeira Guerra Mundial, a nação já havia alcançado tal supremacia, após o conflito, ela se consolidou mais ainda.

A euforia pela posição levou ao que os especialistas chamam de Roaring Twenties (em tradução livre, Loucos Anos Vinte), ou seja, grande euforia econômica que levou a um grande consumo.

Esse alto consumo levou ao famoso American Way of Life, o estilo de vida americano. O país passou a produzir 42% de todas as mercadorias do mundo inteiro, como também se tornou a maior credora do mundo, emprestando vultuosas somas de dinheiro para a reconstrução da Europa pós-Guerra.

Tal consumo levou ao crescimento do crédito, o que por sua vez levou ao crescimento ainda maior do consumo dos americanos que desejavam sustentar o seu estilo de vida americano. Isso é que chamamos de boom econômico.

Esse boom econômico levou muitas pessoas a investirem no mercado financeiro, abrindo margem para a especulação monetária. O termo está relacionado com pessoas que compravam ações na bolsa, esperando que estas se valorizasse, para logo em seguidas revendê-las.

O processo levou ao aumento dos valores das ações, pois havia muitos compradores e se criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução levaram ao Crash de 1929.

Quinta-feira negra

O colapso econômico de 1929 pode ser definido por dois elementos: superprodução e especulação financeira. Devido à bolha de falsa prosperidade em que os EUA estavam envoltos, ninguém percebeu que a sociedade não conseguia acompanhar o crescimento da produção comercial em massa. Isso porque a oferta aumentou, porém, os salários não.

O mercado não tinha condições de absorver a quantidade de mercadorias que era produzida. Isso levou à desesperança na prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.

Tudo isso culmina no dia 24 de outubro de 1929, conhecido como quinta-feira negra. Milhares de pessoas colocaram suas ações à venda, sendo que 12 milhões de ações foram colocadas à venda. Consequência? Pânico.

A situação se estendeu por dias, sendo que em quatro dias, mais de 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente, o valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. O resultado foi a quebra da economia americana.

A Grande Depressão

Com a quebra da bolsa ninguém mais investia ou comprava os produtos encalhados nos estoques. A indústria não precisava mais de mão de obra, levando aos altos índices de desempregados. Muitas pessoas não tinham mais nem o que comer.

Um exemplo claro do nível dessa crise foi o aumento gritante dos números de suicídios que acompanharam a crise. Donos de bancos que emprestavam dinheiro e encararam a falência, empresários e operários que não possuíam mais seus empregos e vários outros tiraram a própria vida movidos por muito desespero.

Todos os outros países que mantinham laços econômicos com os EUA sofreram da mesma forma, pois o mundo vivenciou uma Grande Depressão sistêmica. São inúmeras as consequências.

Consequências da Grande Depressão

As principais consequências da crise foram:

– PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%;

O desemprego disparou e alcançou 27% (era 4% antes da crise);

Queda de 70% das importações;

Queda de 50% das exportações;

Queda de 90% em empréstimos internacionais

Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3;

Redução de 50% da produção de automóveis;

Salário médio na indústria caiu 50%;

– Falência de milhares de empresas e bancos.

O New Deal

Em 1933, o Presidente Roosevelt implementa o New Deal, plano que buscava restabelecer o mercado através da fiscalização do Estado aos empresários e à especulação na bolsa de valores.

Foram implementadas a ampliação das obras públicas, visando o aumento das vagas de emprego, a criação de empresas estatais, o restabelecimento das indústrias que passam a produzir para suprir as obras de estradas, canais, portos, escolas, moradias e canais de irrigação.

O governo de Roosevelt também promoveu leis de proteção aos trabalhadores e desempregados, onde esses detivessem a mínima oportunidade de participação no mercado. Roosevelt foi o responsável por fazer a roda econômica voltar a girar, promovendo emprego e dinheiro para o mercado.

Apesar do sucesso do plano econômico, os EUA só conseguiu se recuperar plenamente da Grande Depressão com a Segunda Guerra Mundial (início em 1939), onde a economia americana voltou a viver seus dias de ouro.

E aí, agora você já sabe tudo sobre a Grande Depressão? Comenta aqui com a gente e compartilha nas suas redes sociais. Para você que nunca mais vai esquecer a Grande Depressão, aquele abraço.

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