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Biomédica ganha Prêmio Capes de Tese por sequenciar genoma do coronavírus

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A biomédica baiana, Jaqueline Goes, ganhou o Prêmio Capes de Tese em Medicina II, edição 2020. O motivo? Goes, que coordena a equipe que sequenciou, em 48 horas – tempo recorde – o genoma do SARS-CoV-2, no Brasil, desenvolveu uma profunda pesquisa altamente capaz de proporcionar melhorias importantes tanto para o setor da ciência como da saúde.

O prêmio, oferecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), foi entregue à biomédica em dezembro do ano passado como uma forma de reconhecer seu incrível trabalho.

Intitulado ‘Vigilância genômica em tempo real de arbovírus emergentes e reemergentes’, a tese da biomédica, além de retratar os principais vírus que possuem, de certo modo, um grande potencial em desencadear epidemias em nosso país – como, por exemplo, zika, dengue, chikungunya e febre amarela -, faz também a identificação genética de organismos.

A tese

De acordo com informações disponibilizadas pelo portal Correio, o trabalho desenvolvido pela biomédica, visou “compreender a origem, o processo de introdução no país e o modo de dispersão da família de vírus transmitidos por mosquitos, os arbovírus”.

Em sua tese, Goes estudou e acompanhou os principais vírus que assolam nosso país para tentar prever a ocorrência de novos surtos. “A partir do momento que você sequencia o genoma de um determinado vírus, você consegue ter informações necessárias para entender e enfrentar novas epidemias”, explicou a biomédica.

Para a profissional, o conjunto de informações que foram obtidas sobre o DNA de cada um dos vírus que foram analisados pode ajudar não só o sistema de saúde, mas também a ciência. Com os dados, ambos setores podem entender melhor “como o vírus se dispersa na população, qual a sua taxa de transmissão, quais as mutações que o vírus já sofreu e qual a dinâmica da sua ação sobre a população”.

Com a tese, a biomédica acredita que pode contribuir de forma mais direta com o setor público de saúde aqui do Brasil, pois o documento mostra de forma clara a melhor forma de atuar em futuras epidemias.

“Meu trabalho pode ajudar os laboratórios dos estados a identificar, agora com rapidez, a presença do vírus em uma determinada região. O que ocorria antes era que os laboratórios centrais de saúde dos estados identificavam alguns casos, mas não conseguiam ir muito além. Uma das minhas propostas centrais é difundir todo o conhecimento que eu alcancei para que eles possam realizar a identificação e o diagnóstico do genoma ali mesmo, naquele local”.

Prêmio e currículo

Goes é Graduada em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e tornou-se mestre em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pela Fiocruz da Bahia. A profssional, além disso, já faz estágio pós-doutoral no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu toda a sua pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Patologia (PGPAT), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e realizou doutorado-sanduíche nas Universidades de Oxford e de Birmingham, na Inglaterra.

O Prêmio Capes de Tese 2020, entregue em dezembro do ano passado, foi concedido às melhores teses de doutorado defendidas que foram defendidas ao longo de 2019. Ao todo, 49 trabalhos foram premiados.

Dentre eles, apenas três foram vencedores do Grande Prêmio Capes de Tese. Os ganhadores representam as áreas de Engenharias, Ciências Exatas e da Terra, Ambientais e Multidisciplinar, Ciências Biológicas, da Saúde e Agrárias e Ciências Sociais Aplicadas, Linguística, Letras, Artes e Interdisciplinar.

Os critérios para selecionar as teses envolvem: originalidade do trabalho e relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação. O Prêmio Capes de Tese foi criado em 2005 e é fruto de uma parceria entre a Capes, a Fundação Carlos Chagas, a Comissão Fulbright, o Instituto Serrapilheira e a Dimensions Sciences (DS).

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