Na noite de segunda-feira, 07 de março, por volta das 22h30, um meteoro riscou os céus da região da Serra de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Muito brilhante e explosivo, o fenômeno foi classificado por astrônomos como um bólido.
O meteoro foi registrado por câmeras de monitoramento associadas ao projeto brasileiro Exoss, uma plataforma colaborativa de estudo de meteoros.
Confira abaixo o vídeo com um compilado de imagens:
☄Bólido registrado essa noite em Petrópolis/RJ☄
Foi por volta das 22:30h. Se você também viu esse bólido, relate no endereço a seguir: https://t.co/dhk0sU7qqA#astronomia #bolido #meteoros #meteor #bolide #meteorscience #ciencia #universo #space #fisica #exoss #astronomy pic.twitter.com/Kgjshwnr24
— EXOSS Meteors 🇧🇷 ☄️💫 (@exossorg) March 8, 2022
Quem tiver visto ou registrado o bólido, pode enviar o relato e as imagens no site da instituição. O Exoss participa do CAMS/SETI, da Nasa, que monitora meteoros ao redor de todo o mundo.
Provavelmente, o evento foi provocado por “algum pequeno resto de cometa ou asteróide, que ao adentrar a atmosfera terrestre em alta velocidade teve seus restos de material vaporizados pelo impacto cinético”, informa Marcelo De Cicco, coordenador do projeto e autor de algumas das imagens.
Foto: Exoss
Quando uma pequena rocha espacial, chamada de meteoróide, atinge a atmosfera da Terra em altíssima velocidade e o atrito com o ar causa o aquecimento e a ionização dos gases ao seu redor, isso provoca um fenômeno luminoso que chamamos de meteoro ou estrela cadente.
Dependendo de qual for a intensidade e o comportamento, um meteoro pode ser classificado como fireball (bola de fogo) ou bólido.
O primeiro nome é quando acontece um evento bem grande e brilhante. O segundo também é muito luminoso, deixando uma trilha ionizada duradoura, e ao final explode.
Os dois são provocados por algum fragmento de rocha maior do que aquele que causaria um meteoro “comum”. Mas, ainda assim, são considerados inofensivos. Isso porque a rocha é completamente vaporizada durante sua passagem pela atmosfera.
Dependendo das condições de tamanho, composição e ângulo de entrada, partes do meteorito podem sobreviver ao processo, deixando fragmentos em solo, que são nomeados como meteoritos.
Ao que tudo indica, o evento de Petrópolis não resultou em meteoritos.
Foto: Observatório Heller & Jung/Divulgação
Em Passo Fundo, no Norte do Estado do Rio Grande do Sul, foi registrada a queda de um meteoro. As imagens foram feitas pelo Observatório Heller & Jung l, por volta das 21h50 de quinta-feira, 24 de fevereiro. Na noite anterior, outro meteoro do tipo “fireball” [bola de fogo] havia sido observado na mesma região.
Os “fireball” são meteoros fragmentados de um cometa ou asteroide maior.
De acordo com o observatório, o meteoro entrou na atmosfera à altitude de 93,5 km e se extinguiu a 57,8 km de altitude sobre a região de Passo Fundo. A instituição também informou que a queda teve duração de 2,63 segundos, em uma velocidade estimada de 26,1 km/s. O fenômeno foi classificado como uma chuva de meteoros.
Ainda segundo o observatório, existem altas possibilidades de mais registros de alto brilho em 2022. Em comparação, no mesmo período do ano passado, não foram registradas duas quedas seguidas de meteoros fireball.
Foto: Donat Sorokin\TASS via Getty Images
Outra novidade sobre os meteoros em 2022 foi divulgada por meio de um artigo científico sobre o fenômeno que atingiu a cidade russa de Chelyabisnk, em 2013.
De acordo com os pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Academia Chinesa de Ciência, o Meteoro de Chelyabisnk pode ter sido criado no mesmo impacto que originou o único satélite natural da Terra, a Lua.
Segundo os pesquisadores, em um passado distante, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, um corpo estelar do tamanho de Marte se chocou com a Terra. Os fragmentos resultantes desse choque se juntaram ao longo do tempo e criaram a Lua.
A nova hipótese foi levantada por meio de testes e análises microscópicas na rocha, que revelaram que ela sofreu dois grandes impactos. Um há cerca de 4,5 bilhões de anos, que coincide com o mesmo choque que criou a Lua, e outro há aproximadamente 50 milhões de anos, que teria deslocado o meteorito e o colocado em rota de colisão com a Terra.